As 10 melhores HQs da Marvel em 2021

Já começo esse texto deixando claro que essa lista representa a nossa opinião, o pensamento do Jamesons enquanto site. Todos os leitores são livres para discordar e formular as suas próprias listas. O nosso Top10 não é uma verdade absoluta.

A proposta aqui é listar as 10 HQs que mais nos divertiram em 2021, por inúmeros fatores. E são indicações de leituras que foram publicadas nos Estados Unidos em 2021 e que ou estão chegando ou chegarão em breve no Brasil. Sem mais delongas, vamos lá.

As 10 melhores HQs da Marvel em 2021

1 – Imortal Hulk

Vamos começar então com possivelmente o nome mais óbvio da lista. Imortal Hulk figura em praticamente todas as listas de Melhores do Ano desde que começou a ser lançada, lá em 2018. A revista é uma homenagem a toda história do Hulk, ao mesmo tempo em que evolui os conceitos para algo diferente e mais interessante.

O roteirista Al Ewing navega entre a ficção científica e o horror, sem nunca perder de vista o “massavéio” e até discussões sociais (sim, a HQ tem muita política). A revista chegou ao seu fim, é a último ano que você verá o título nas listas. Foram 50 edições redondinhas e perfeitas para contar uma história sem arrastar ou mesmo esticar demais.

O gibi reflete e questiona o papel do Hulk e Bruce Banner no Universo Marvel. Explora a sua fraturada psique. E deixa vários ganchos para o futuro, que poderão, ou não, ser aproveitados.

O último encadernado da fase Imortal sairá no começo de 2022. Clique aqui para comprar os volumes já lançados.

2 – X-Men

Nessa indicação estamos linkando três HQs diferentes, mas que compõe uma coisa só: X-Men de Jonathan Hickman, o especial Planet-Size de Gerry Duggan e X-Men de Gerry Duggan.

Os X-Men do Hickman merecem a indicação pelo desenvolvimento que ele conseguiu dar para a X-23, mas principalmente ao Sincro, no arco dos Filhos da Câmara. Personagens que seguiram sendo desenvolvidos e aprofundados nos X-Men do Duggan. Teve também a Mística e a busca pela sua esposa, a Sina, que acabou causando a saga Inferno.

A própria edição Planet-Size, do Duggan, foi um salto GIGANTESCO no impacto dos mutantes no Universo Marvel. Se os fãs achavam que Krakoa tinha sido uma grande evolução para os Homo Superior, esse especial mudou a perspectiva dos leitores. Conceitos que lendo em uma sinopse podem parecer absurdos, mas que quem leu a HQ viu quão mágicos foram.

Os X-Men do Duggan também revitalizaram a equipe, botando personagens como a Wolverine, Solaris, Polaris e Sincro em destaque. Além de apresentar novos bons vilões, o que é sempre algo extremamente positivo. Destaque para os ótimos desenhistas Mahmud Asrar, Pepe Larraz, Francesco Mobili, Lucas Werneck e Javier Pina.

A revista está sendo atualmente publicada na mensal dos X-Men.

3 – Academia do Estranho

Mais uma revista que já figurava na nossa lista do ano passado e se manteve no pódio. O primeiro ano do escritor Skottie Young foi para apresentar aos leitores os jovens da Academia do Estranho. Um punhado de personagens novos. Adolescentes, com as mais variadas origens e características. Unidos apenas pela magia.

Mas nesse segundo ano a revista está expandindo as coisas. Se tornando até mesmo mais relevante dentro da própria editora. Humberto Ramos, tão criticado no Homem-Aranha, aqui cai como uma luva. Eu digo e repito: ele nasceu para desenhar essa HQ. É o Ramos no seu elemento. Ele se destaca e brilha com jovens e elementos fantásticos.

Um título juvenil perfeito para você presentear os amigos. Uma porta de entrada para o Universo Marvel que não exige NENHUM conhecimento prévio. Clique aqui para comprar o primeiro volume.

4 – ESPADA

Al Ewing por muito tempo passeou pela Marvel sem conseguir emplacar seus projetos. Mas depois do Imortal Hulk, foi em ESPADA onde ele mais brilhou. Os mutantes agora estão no espaço e comandam a ESPADA.

O autor mostra um amplo domínio da cronologia dos X-Men ao resgatar os mais aleatórios personagens da franquia e os inserir em contextos relevantes e onde eles realmente se encaixam. E aqui me refiro aos grupo de teleportadores, diplomatas.

É uma grata surpresa ver como a cada edição ele traz e dá destaque para diferentes personagens. Encaixando eles no grande ecossistema de Krakoa, a nação mutante.

As suas últimas edições foram focadas em Arakko, dando profundidade ao que foi estabelecido em Planet-Size. Tempestade brilha como não brilhava há anos.

E não posso deixar de mencionar o desenhista Valerio Schiti que inseriu MUITA identidade na revista, elaborando novos uniformes para quase todos os integrantes da revista e remodelando a estética do quartel geral da ESPADA para se encaixar com Krakoa.

A revista está sendo atualmente publicada na mensal dos X-Men.

5 – Demolidor/Reinado do Demônio

Aqui encaixo a fase do escritor Chip Zdarsky, do desenhista Marco Chechetto e do colorista Marcio Menyz no Demolidor e na saga Reinado do Demônio, que nada mais é do que a mensal do herói ampliada para todo o Universo Marvel.

E 2021 não foi o melhor ano da HQ. O ano de 2020 eu entendo que foi mais interessante. Mas além da saga, que até o momento está muito bacana de acompanhar, 2021 nos trouxe a Demolidora. Elektra em uma nova abordagem, ainda violenta, mas não mais mortal. A protetora da Cozinha do Inferno.

O Demolidor foi preso, mas Matthew Murdock não. Aí já reside um dos conceitos que eu adoro ler nas HQs. Que é aplicação e desenvolvimento de jurisprudências no contexto dos heróis.

Reinado do Demônio também tem mexido com muita politicagem no Universo Marvel e parece ser um importante trampolim para alavancar personagens extremamente relevantes do Universo Marvel e que estavam um pouco apagados.

Demolidor está sendo publicado em encadernados de capa cartão pela Panini. Clique aqui para comprar.

6 – Satânicos

Possivelmente a mais elogiada revista mutante de 2021. O roteirista Zeb Wells reuniu um grupo disfuncional de mutantes de Krakoa e criou uma dinâmica tão rica e interessante de acompanhar que os fãs lamentaram muito quando o título chegou ao fim após 18 edições.

Personagens como Greycrow, que nunca havia tido uma linha de desenvolvimento, se mostrou um personagens interessantíssimo e com várias camadas de profundidade. Psylocke também conseguiu se afastar da figura da Betsy. Nanny, Criador de Órfãos e Selvagem protagonizaram alguns dos momentos mais bizarros da HQ. Sem contar o Empata e seu comportamento doentio.

Com artes de Stephen Segovia e do brasileiro Rogê Antônio, a revista parece ser para essa geração o que no passado foi o X-Factor de Peter David: uma equipe de personagens aleatórios que brilham juntos e caem nas graças do público.

A proposta da equipe é que são personagens problemáticos e que precisam extravasar, então as missões são quase uma terapia. Mas as situações em que eles se metem são tão complicadas. Uma fria atrás da outra. Que boa parte dos membros só pioram. Para além de todo o absurdo, a revista brilha ao desenvolver relacionamentos críveis e interessantes.

A revista está sendo atualmente publicada na mensal dos X-Men.

7 – Venom

Donny Cates e Ryan Stegman definitivamente fizeram história com o Venom. Colocaram o simbionte em outro patamar no Universo Marvel. Ele deixou de ser um Homem-Aranha de uniforme preto. Ou um vilão genérico e violento. Ele é uma coisa própria. Não é mais um derivado.

A saga do Rei das Trevas foi o desfecho dessa fase, levando não apenas o simbionte, mas Eddie Brock e seu filho, Dylan, para outro estágio.

E agora, Al Ewing (olha ele de novo), Ram V (Monstro do Pântano) e Bryan Hitch (Supremos) estão dando continuidade. Adicionando mais personagens, mais tramas, mais nuances e mais contexto a tudo isso que foi construído para o personagem.

Essa nova fase da HQ, até pela arte do Hitch, lembra um filme. Não os filmes horrorosos do Venom, mas sim um ótimo filme de ficção, envolvendo muito mistério e o governo querendo se apropriar de artefatos alienígenas. Se a nova equipe criativa o Venom conseguir manter a pegada que já apresentou nessas três primeiras edições da HQ, ela será uma das HQs mais comentadas em 2022.

8 – Inferno

Jonathan Hickman chegou aos X-Men fazendo muito barulho. E agora ele se despede com algo aparentemente não tão barulhento (ainda é cedo para afirmar, falta sair a última edição ainda), mas tão envolvente quanto.

Inferno é definitivamente uma continuação de Dinastia X e Potencias de X. E no centro do gibi temos: Moira, Magneto, Professor X, Mística e Sina. Todos os personagens muito bem fundamentados. Todos tem um propósito, acreditam em algo. E o leitor consegue captar isso com muita facilidade.

E são dilemas interessantes: fazer o certo ou fazer o que se acredita ser o melhor para uma espécie inteira? E o disfuncional Conselho de Krakoa? Até quando sobreviverá as intrigas, picuinhas e embates ideológicos? A atmosfera bélica da HQ denota uma espécie de Guerra nem tão Fria em Krakoa.

Hickman mostra ter pleno domínio narrativo ao arquitetar uma edição inteira para falar sobre o Conselho e suas manipulações. Em outras mãos poderia ser uma leitura enfadonha ou cansativa. Mas com ele tudo ganha contornos curiosos e intrigantes. Leria mais edições desse tipo tranquilamente.

As artes de Valerio Schiti, Stefano Caselli e RB Silva estão a altura da história e homenageiam muito Dinastia X e Potencias de X. E talvez isso seja um problema? Não sei. Mas talvez a mini pudesse ter um pouco mais de personalidade nesse sentido.

9 – Viúva-Negra

Kelly Thompson, Elena Casagrande e Rafael De Latorre primeiro DESTRUÍRAM a Viúva-Negra em um primeiro arco extremamente empolgante (clique aqui para comprar), que até rendeu o Prêmio Eisner de Melhor Nova Série para a revista. Mas a continuação não tem deixado a desejar.

Personagens como a Yelena Belova e Garota-Aranha são inseridas com muita facilidade na HQ, ganhando até novos propósitos e funções dentro do Universo Marvel. Temos novos vilões surgindo. Novos papéis para a Natasha.

E a qualidade da revista não se resume ao roteiro e as ideias. Na parte artística, Thompson e Casagrande tem um combinado: elas criam pelo menos uma página usando o Efeito De Luca por edição. Faz parte da identidade do título. Essa e uma técnica que homenageia Gianni De Luca, artista italiano que popularizou essa forma de contar histórias.

Deixo que a própria Kelly te explique do que se trata: “imagens repetidas (normalmente personagens) representando o movimento através do tempo/espaço dentro da mesma cena ou plano de fundo“. Como no exemplo abaixo:

10 – Eternos

Fechamos com esse grande épico comandado por Kieron Gillen e Esad Ribic. Os Eternos nunca foram populares nas HQs. E Gillen identificou uma “falha estrutural” na concepção dos personagens: “O que eu acho que realmente falta nos Eternos é a tragédia. Eles não tinham tio Ben. Não há nada de ruim em ser um Eterno. Essa tristeza é onde estão os personagens da Marvel.

O Homem-Aranha é o personagem mais icônico da Marvel porque ele conseguiu seus poderes e então aprendeu que, com um grande poder, vem uma grande responsabilidade porque ele fez seu tio ser morto. Se você passar por todos os personagens da Marvel, sempre haverá isso.

Então eu dei a eles uma tristeza. Sempre que um Eterno morre, eles voltam à vida, mas isso lhes custa a vida de um humano aleatório. É um peso horrível e eu adoro isso como uma ideia. Alguns dos Eternos simplesmente não se importam e eles são os bandidos.

Mas imagine se o Homem-Aranha passasse por esse dilema. Quanto a uma meta, as pessoas estão menos interessadas na morte quando se trata de super-heróis agora. O que Jonathan Hickman fez com os X-Men foi apenas tirar a morte da mesa.

Minha ideia com os Eternos está mudando um pouco. São personagens que têm medo de morrer porque são heróis. Eles não querem que isso fique em suas consciências. No caso de Ikaris, agora ele sabe porque Toby morreu, mas quantos outros humanos morreram por ele?

Agora eles têm a própria culpa, vergonha e arrependimento. Isso é o que eu queria dar a eles e é onde estamos. Ikaris tem uma fala que diz: “Como posso lutar se não me importo se vou viver ou morrer?”. Ele não se importou em levar um soco no rosto por centenas de anos.

Desculpe por essa looooonga citação do autor Kieron Gillen sobre a sua HQ, mas acho que extremamente interessante e esclarecedora. O autor não está apenas costurando as décadas de cronologia dos Eternos em uma única coisa coesa e que faz sentido. Ele está tornando eles interessantes. Criando um drama onde antes só existia a bonança.

Tudo isso sendo escrito no traço de Ribic, que já fez história com o Thor e é um dos desenhistas com o traço mais grandioso do mercado. Você olha as suas páginas e entende o peso e relevância do que está lendo.

O primeiro arco da revista já chegou no Brasil (clique aqui para comprar) e o segundo ainda está se desenrolando nos Estados Unidos.

Mas e então, caro leitor, o que achou da nossa lista? Concorda com ela? Sentiu que faltou alguma coisa? Deixa a sua lista nos comentários. Vamos ver quais revistas se repetem.

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