14 Curiosidades do Episódio 6 de X-Men ’97
Após o frenético 5° episódio que culminou na destruição de Genosha, o 6° episódio pisou no freio e tratou de aprofundar seus personagens. Dois em específicos: Tempestade e Charles Xavier. Nessa lista separamos tudo o que aconteceu com muitas curiosidades, informações e opinioões.
1 – Noturno nos X-Men
Vocês já perceberam que todos os episódios de X-Men ’97 tem aberturas diferentes, né? Elas trazem pequenas cenas ou detalhes. Nesse 6° episódio, por exemplo, o Magneto e o Gambit foram removidos, devido as suas mortes. E o Noturno foi adicionado, confirmando a sua entrada para os X-Men.
Temos várias cenas remasterizadas e relembrando momentos chave que parecem dar dicas sobre o que veremos no capítulo (e nos próximos). O episódio é dividido entre Tempestade e Xavier. E vou focar primeiro na Tempestade, que agora adapta o arco “Morte em Vida 2“, também das HQs.
2 – Autodescoberta
Todo o enredo da Tempestade é uma jornada de autodescoberta, basicamente uma terapia. A figura mística do Adversário funciona mais como um terror psicológico, mexendo com a cabeça da Tempestade, com seus valores e ideias.
3 – Magia do Forge
E o episódio é muito feliz ao explorar isso ao mesmo tempo em que desenvolve uma série de elementos dos quadrinhos. E cito aqui como um exemplo o lado místico do Forge. Apesar de pouco desenvolvido nas HQs, ele é um Xamã nativo-americano do povo Cheyenne.
4 – O real Adversário
Forge já havia curado a Tempestade lá no episódio 4. O que a impediu de recuperar os poderes foi ela mesma. O Adversário do episódio apenas se alimentou e personificou os maiores medos da Ororo.
A Tempestade inclusive verbaliza: “O neutralizador do Executor X não era a única coisa minando os meus dons. Larguei uma mentira e eu acreditei nela.” Enquanto isso o Adversário a pressionava a acreditar na mentira. A negar seus poderes.
Mas que mentira é essa? Lá no segundo episódio, Madelyne (que ainda pensava ser a Jean) e Tempestade tiveram uma conversa sobre o vindouro Nathan. Madelyne confidenciou que sentia vergonha de desejar que a criança não fosse mutante, para poupá-la do preconceito.
Nessa conversa, Ororo disse: “Eu já me indaguei sobre como seria ser humana. É um sonho bastante tentador.” E quando ela se desligou dos X-Men, após perder os poderes, também falou em tom de despedida. Como se iniciasse uma vida nova. Aceitando não ter mais poderes.
A mentira que ela acreditou foi ela própria que contou. A depressão que enfrentou e a dominou a ponto de acreditar que não era mais mutante. E ela apenas superou isso entendendo o seu sofrimento. Pô, já assistiram Divertidamente, né? A tristeza faz parte da jornada. É isso.
E o episódio explora isso de muitas maneiras. Com a Ororo encarando o abismo escuro. Ela enfrentando o seu maior medo: a claustrofobia. O pavor/desespero de estar em lugares fechados. Com o Adversário envenenando a sua cabeça o tempo todo.
Beau DeMayo, roteirista da série, disse que a Tempestade no caixão, sofrendo com a claustrofobia e falando “não consigo respirar“, foi uma referência a morte de George Floyd. George foi um homem negro que foi morto asfixiado na rua, pelo joelho de policiais brancos, enquanto clamava “não consigo respirar”. A morte de George foi filmada, divulgada na internet e foi um ponto importante do movimento Black Lives Matter, que combate o racismo.
Todos temos Adversários que nos convencem que não podemos fazer alguma coisa. Precisamos enfrentá-los. Com terapia. Com rede de apoio. Com família. Com amigos. Como conseguirmos. Com o apoio de Forge, Ororo conseguiu. Recuperou os poderes e vestiu seu uniforme clássico.
Então essa jornada da Tempestade é sobre isso. Sobre não aceitarmos sermos definidos pelos outros. Nós que temos as rédeas das nossas vidas. E não podemos deixar que nada, nem mesmo a tristeza, fique em nosso caminho.
5 – Novo (velho) visual
A Tempestade marca essa sua nova etapa na vida com um novo visual. Que não é bem novo, né? Trata-se do penteado e uniforme originais da personagem nos quadrinhos. O clássico maiô preto e o cabelão branco sem moicano, com uma tirara preta.
Agora ela recuperou seus poderes, sua autoestima e, principalmente, sua personalidade e identidade.
6 – O desespero
E quando ela se recuperava para voltar aos X-Men, a Tempestade ligou a TV e descobriu o pior: o genocídio de Genosha. Com o EXTRA: os países natais de mutantes sobreviventes de Genosha estão se negando a receber essa galera de volta. Meu palpite? Muitos vão para o Instituto Xavier.
7 – Xavier está vivo
E então chegamos em Charles Xavier. Ao contrário do que sabíamos até então, ele não está morto. Ele sobreviveu. Está no espaço, no Império Shia’r. Ele está namorando a Imperatriz Lilandra e eles pretendem se casar, se assim o povo Shia’r permitir.
8 – Rapina e Ronan
Somos apresentados a Rapina, irmã da Lilandra. Nas HQs ela é uma vilã, da Capitã Marvel inclusive. Falando na Capitã, quem também aparece no episódio são Krees. Destaque para Ronan, o Acusador. Lembram dele? Foi o vilão lá do primeiro Guardiões da Galáxia.
9 – Guarda Imperial
Rapina representa o Império Shia’r e atuou com apoio da Guarda Imperial. Uma equipe EXTREMAMENTE poderosa, que protege o Império Shia’r e reúne alguns dos guerreiros mais poderosos de todo universo.
10 – Preconceito no espaço
Cansado de sofrer preconceito na Terra, Charles agora foi sofrer preconceito no Império Shia’r. O povo, principalmente a elite, não estão nada feliz com a Imperatriz querer casar com um humano. Muito menos um “humano de casta inferior“. Eles o diminuem por ser mutante.
11 – Colonização espacial
Um diálogo de Xavier com o Gladiador, líder da Guarda Imperial e mais poderoso guerreiro Shia’r, é esclarecedor. Eles debateram sobre as divindades que personificam o ideal do povo Shia’r. Eles eram inimigos e precisaram casar para alcançar a paz.
Gladiador: A união de Sharra e K’ythri está no cerne dos nossos princípios. Conectar várias culturas em uma. Pelo bem da paz e harmonia galáticas.
Xavier: O que é união se uma metade deve se apagar em benefício do todo?
Contexto: o povo Shia’r é uma espécie alienígena com DNA de pássaros. Mas o Gladiador, o mais forte do Império, não tem nada de pássaro. Lembra que a Guarda Imperial trazia os guerreiros mais poderosos de todo universo? Acredito que apenas um, dos vários integrantes, tem DNA nativo do povo Shia’r.
12 – Aula sobre colonialismo
Quando Rapina, irmã de Lilandra, exige que Xavier apague toda a sua memória anterior aos Shia’r, para se casar com a Imperatriz, ele recua. E em um momento de raiva, cansado de sofrer preconceito até no espaço, ele resolve dar uma aula.
Em uma aula telepática ele explica como o Império Shia’r funciona:
Xavier: Quem sabe me dizer de onde o Império Shia’r tira toda a sua força? O poder do seu Império está na colheita de mundos roubados. Culturas mais jovens que se não fossem levados a morte, agora poderiam ser Impérios, que rivalizariam com o seu. Temendo isso, vocês quebram as pernas deles e dizem que podem ajudá-los a andar de novo. Mas apenas se eles assimilarem, se submeterem.
Traduzindo pro mundo real: é basicamente a colonização.
Ao ser questionado sobre idealismo e a confusão que isso causaria no povo, Charles responde: “A coexistência é confusa. Daí vem meu amor pela educação. Pelos meus X-Men. O heroísmo deles ensina uma lição que não podemos esquecer.” Esse é o sonho de Xavier.
13 – O retorno de Xavier
O episódio então conclui com o Xavier recebendo telepaticamente a mensagem do Genocídio de Genosha. Sentindo a morte de tantos mutantes, inclusive o Gambit dos seus X-Men. E toma a decisão de abandonar os Shia’r e retornar para o seu povo na Terra.
14 – O grande vilão
E antes do fim, uma revelação: O responsável pelo Genocídio parece ter sido o Sr. Sinistro. Que também foi quem infectou o bebê Nathan. O que ele está tramando? Afinal, o ataque em Genosha parece ter sido só o começo. Os próximos episódios PROMETEM!
Mas e então, caro leitor, o que está achando de X-Men ’97? E tá curtindo a nossa cobertura com listas? Deixe a sua opinião nos comentários.