Entrevista com Leonardo Romero, o brasileiro que está bombando na Marvel
Seguindo a nossa proposta de produzir conteúdos próprios, não apenas replicar notícias de portais gringos, apresentamos para os nossos leitores hoje uma entrevista exclusiva com o desenhista Leonardo Romero. O artista é um jovem brasileiro, de apenas 23 anos, que já desponta em grande estilo na Marvel, sendo o responsável pela HQ do Capitão América.
[Nota do Editor: Não esquece de ler também nossas entrevistas com o Rodney Barnes (Falcão), Brandon Montclare (Moon Girl) e Gerry Duggan (Guardiões da Galáxia).]
JAMESONS: Nos seus trabalhos mais recentes, em Dr. Estranho e Gaviã Arqueira, você demonstrou um enorme dinamismo, se adaptando às propostas das HQs. Quais são as suas referências artísticas? E esse é um cuidado que você tem, de se adaptar ao traço da revista, mas mantendo uma identidade própria?
LEONARDO ROMERO: Bom, eu tenho diversos artistas que inspiram o meu trabalho e sempre tento aprender observando outros artistas. Mas entre as minhas principais influencias estão: Alex Toth, David Mazzuchelli, Frank Miller, Bruce Timm, Darwyn Cooke, etc.
E sim, eu sempre tento dar uma olhada no que vem sendo feito com a revista antes de começar a trabalhar. Sempre dou uma olhada no estilo que vinha sendo feito no título em termos de arte, as principais histórias do personagem, etc. Feito isso, aí sim eu começo a tentar achar um meio termo entre o que foi feito antes e minha própria arte.
JAMESONS: Você assumindo a arte na HQ do Capitão América, a comparação com Chris Samnee foi inevitável, são dois grandes artistas. Como você lida com essas comparações? E quais os principais desafios de trabalhar na revista do Capitão?
LEONARDO ROMERO: Eu fico feliz com as comparações, o Chris Samnee é uma grande influência no meu trabalho e na minha opinião é hoje um dos artistas mais completos em termos de storyteling e arte. Então é sempre bacana que minha arte lembre as pessoas de alguém com essa qualidade.
Acho que no caso do Capitão o principal desafio é justamente tentar manter o nível do que vinha sendo feito antes. Que é um trabalho de extrema qualidade.
JAMESONS: Qual foi o seu trabalho mais desafiador na Marvel? Quais foram as dificuldades?
LEONARDO ROMERO: Meu trabalho mais desafiador até agora é o Capitão América mesmo. Por ser uma história que se passa no futuro, tem muitos elementos de cenário que eu preciso desenvolver do zero. O que é divertido, porém, exige algum tempo e pesquisa.
JAMESONS: Você trabalhou com Jason Aaron (Dr. Estranho), Mark Waid (Capitão América) e Kelly Thompson (Gaviã Arqueira), três grandes profissionais. Como foi e está sendo esse relacionamento? Algum escritor/escritora é mais fácil ou difícil de lidar ou apresenta uma dinâmica de trabalho diferente com o desenhista?
LEONARDO ROMERO: Sempre muito fácil. Todos sempre foram muito educados e simpáticos.
Acho que a mais fácil foi a Kelly, principalmente por ter mais tempo trabalhando junto, a gente conseguiu desenvolver uma dinâmica bem legal pra revista, que tinha um ambiente onde todo mundo tinha espaço pra colaborar da melhor maneira possível. E o mais difícil de trabalhar acho que é o Mark Waid. Porque é mais complicado controlar o meu lado fanboy hahaha
JAMESONS: Sabemos que você não pode furar a publicidade oficial da Marvel, não queremos te colocar em nenhuma encrenca (risos), mas você pode nos dar alguma dica sobre o seu futuro durante Fresh Start?
LEONARDO ROMERO: Infelizmente não, mas por que não sei mesmo, rs.
JAMESONS: Para finalizar, como bom brasileiro, não poderia deixar passar batido o fato de que atualmente você está trabalhando com Mark Waid, criador da Red Locust, personagem inspirada no Chapolin Colorado. Quando a heroína surgiu, você inclusive publicou um sketch nas suas redes sociais. Mark Waid e Leonardo Romero dariam uma boa equipe criativa, o que acha? (risos).
LEONARDO ROMERO: Com certeza! E também seria a oportunidade pra colocar easter eggs de Chaves nas revistas (o que eu já tenho feito em alguns títulos em que trabalho ?).
OBS: Esses são alguns easter eggs de Chaves nas páginas da Gaviã Arqueira.
Agradecemos profundamente o Leonardo por dedicar um tempinho do seu tempo para conversar conosco. É ótimo ver talentos tão promissores do Brasil bombando no mercado norte-americano. Desejamos muito sucesso.
E você caro leitor, gostou da entrevista? Que outro talento da Marvel você gostaria que entrevistássemos? Deixe suas sugestões nos comentários.