Após ganhar uma nação e uma cultura, os mutantes vão ter a sua própria religião?

Nos últimos meses a Marvel tem desenvolvido os mutantes de uma forma diferente, dando o peso que os personagens realmente merecem. Não são apenas seres aleatórios com super-poderes que ficam vagando pelo mundo. A iniciativa é capitaneada pelo roteirista Jonathan Hickman.

Moira, Charles Xavier e Magneto, com o auxílio dos X-Men, fundaram Krakoa, uma nação mutante. A ilha viva, que outrora foi inimiga dos X-Men, agora oferece uma moradia segura.

A ilha também providencia uma série de recursos naturais, e muito deles aumentam a expectativa de vida humana e cura algumas doenças até então incuráveis, como o Alzheimer.

A nação usou esses medicamentos para barganhar reconhecimento mundial. Krakoa é um país soberano, reconhecido pela ONU. Inclusive, todo mutante assim que manifesta os seus poderes se torna automaticamente um cidadão krakoano, tendo assim uma dupla cidadania.

Outro benefício de Krakoa é que ela gerou diversos portais, espalhados pelo Planeta Terra inteiro (e existem alguns até pelo cosmo), onde todos os mutantes e convidados podem atravessar e chegar automaticamente na nação mutante.

Krakoa, como qualquer outra não, também já registra inimigos. No caso, outros países que não reconhecem a sua soberania e se negam a negociar os medicamentos. Em sua maioria são países preconceituosos, comandados por militares e/ou ditaduras.

Uma curiosidade bacana, e que interessa a nós brasileiros, é que o Brasil foi enquadrado, junto da Venezuela, como um após militar ou ditatorial. Histórias já mostraram até militares perseguindo jovens mutantes no Brasil.

Porém a criação de Krakoa trouxe uma série de novos conceitos para a comunidade mutante. Nenhum mutante mais morre de verdade. Devido a um procedimento que envolve mutantes como a Esperança Summers, Proteus e outros, todos aqueles que por ventura vierem a morrer, podem retornar.

Trata-se de um processo complicado, mas que até o momento tem se mostrado muito bom. Os mutantes possuem seus corpos fertilizados pelo Elixir, nos ovos dourados do ex-Bolas Douradas, Proteus manipula a realidade para lhes dar vida, eles são envelhecidos pela Tempus e por fim o Professor Xavier faz um backup completo das memórias do mutante no corpo novinho em folha que é gerado.

Todo processo é feito com DNA que havia sido armazenado pelo Sr. Sinistro e potencializado pela Esperança Summers. Os mutantes retornam então em casulos, como se estivessem nascendo novamente.

A Liderança de Krakoa

Krakoa é comandada pelo Conselho Silencioso, composto por 12 líderes mutantes:

1 – Charles Xavier
2 – Magneto
3 – Apocalipse
4 – Sr. Sinistro
5 – Jean Grey
6 – Tempestade
7 – Noturno
8 – Mística
9 – Emma Frost
10 – Sebastian Shaw
11 – Exodus
12 – Kate Pryde

São eles que comandam o país e criam as suas regras. A propósito, já existem três Leis no país:

1 – Krakoa é uma terra sagrada e não deve ser violada.
2 – Mutantes devem fazer mais mutantes, para expandir a espécie.
3 – Mutantes podem ressuscitar, mas humanos não, então matar os humanos é proibido e é passível da punição suprema.

Inclusive, todos os vilões receberam anistia em Krakoa. Uma verdadeira segunda (ou vigésima quinta para alguns) chance. Porém, caso violem alguma das Leis, serão punidos exemplarmente. É o caso do Dentes de Sabre que foi flagrado matando humanos durante uma missão.

E por incrível que pareça, muitos dos históricos vilões mutantes estão sabendo lidar com essa vida em comunidade.

A franquia possui diversas HQs, com as mais variadas abordagens.

Marotos: HQ focada na equipe comandada por Kate Pryde, mostrando os X-Men indo até países inimigos de Krakoa e resgatando os mutantes de lá.

Excalibur: um grupo liderado pela Capitã Britânia e o Apocalipse, se foca bastante nos conceitos de magia mutante.

X-Force: ao contrário do que era antigamente, esse não é mais um grupo de extermínio. Agora a X-Force é uma espécie de FBI mutante, um serviço de inteligência, com agentes trabalhando na investigação e pesquisa, enquanto outros vão para a ação e sujam as mãos.

X-Factor: quando um mutante morre, ele só pode ser ressuscitado caso exista 100% de certeza de que ele morreu. O X-Factor é a equipe responsável por investigar e garantir que um mutante está habilitado para retornar. Na HQ também veremos Os Cinco, os mutantes responsáveis pelo processo de renascimento em Krakoa.

Mas e a religião mutante?

Pois bem, já deu para perceber que Krakoa está muito bem estabelecida como uma comunidade mutante, certo? O próximo passo para isso é justamente a criação de uma religião.

A Marvel publicou hoje X-Men #7 nos Estados Unidos e o texto a seguir contará com spoilers dessa edição. Se você ainda não leu a revista, continue a leitura por sua conta em risco. A HQ tem roteiro de Jonathan Hickman (Vingadores) e arte de Leinil Francis Yu (Vingadores).

Pois bem, durante a saga Dinastia M, a heroína Feiticeira Escarlate promoveu um verdadeiro massacre na comunidade mutante. Com as palavras “Sem mais mutantes“, ela alterou a realidade e dizimou os poderes de mais de 95% dos homo superior.

Porém, agora com Krakoa operando a todo vapor, há a possibilidade de que os mutantes que perderam os seus poderes os recuperem. Porém, para isso é necessário passar por um desafio/ritual.

O ex-mutante deve enfrentar em combate o Apocalipse, um dos mais poderosos mutantes de todos os tempos. E para isso contarão apenas com uma espada.

Um humano, sem poderes, com uma espada contra o Apocalipse. Quais as chances de vitória? Nenhuma. E é justamente aí que entra a parte relevante do ritual.

Durante todo o confronto o Apocalipse tenta convencer a pessoa a desistir da batalha. A pessoa não desistindo, ele prossegue com a luta sem pegar leve.

A proposta do ritual é criar um hábito cultural, onde o mais forte luta com o mais fraco, que não busca a vitória, mas sim mostrar a sua perseverança. Não se trata de vencer, mas de jamais desistir. Pois isso é ser um mutante.

A pessoa após morrer na batalha contra o Apocalipse, renasce como parte do processo renascimento, já com os seus poderes de volta. Quem não quiser passar pelo processo, pode simplesmente seguir a sua vida sem os seus poderes.

Essa é uma forma também de evitar que todas as pessoas que perderam os poderes tentem se matar imediatamente para então retornar com poderes. Agora elas precisam passar pelo Desafio.

Em X-Men #7 acompanhamos Melody Guthrie, irmã dos outrora X-Men Míssil e Escalpo, que perdeu os poderes no Dia M. Seu codinome heroico é Aero e ela tem o poder de voar.

Apesar do sucesso do desafio e da ovação que Aero recebeu, um dos mais proeminentes mutantes não está certo sobre o ritual. Noturno, o mutante cristão.

Ele está incomodado com uma série de novos conceitos que Krakoa está estabelecendo aos mutantes e em uma conversa com Ciclope, expõe todas as suas dúvidas:

Considere minha fé. Não posso deixar de me perguntar o que acontece com nossas almas quando morremos? Eles permanecem esperando a eternidade, ou aguardam a sua casca mortal renascer, como ocorreu recentemente conosco?

Eu sou realmente eu? Você é mesmo você? Pense nisso. Mortalidade. Se ninguém pode morrer … então qual é a atração da eternidade?

Por que buscar o Paraíso se podemos … por todo o tempo … fazer a boa obra de Deus aqui no mundo dos vivos? A nossa verdadeira cruz agora é o fardo de criar um céu na Terra?

Esses questionamentos praticamente filosóficos do Noturno podem muito bem pautar o nascimento da religião mutante. E ninguém melhor do que ele mesmo para comandar essa iniciativa.

Mas e então, caro leitor, o que você acha da ideia? E concorda com os questionamentos do Noturno? Deixe a sua opinião nos comentários.

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