Battle Royale! Relembre quando a Marvel colocou seus heróis para se matarem
Atualmente no mundo dos games um dos gêneros mais populares é o Battle Royale, que consiste em diversas pessoas jogando online em uma sala e o último que sair vivo é o vencedor.
O jogo Fortnite, nesse sentido, é a principal referência. Nele 100 jogadores caem numa gigante ilha deserta e precisam encontrar armas, balas e cura. Todos precisam eliminar os inimigos que encontrarem e no final quem sobreviver por último sai vitorioso.
Vale destacar também, apenas como curiosidade, que Fortnite já fez várias parcerias com a Marvel. A primeira envolvendo os filmes Vingadores: Guerra Infinita e Ultimato e atualmente está rolando outro crossover envolvendo o Deadpool.
Mas Battle Royale enquanto conceito surgiu em 1997, foi o nome de um romance japonês muito popular escrito por Koushun Takami. Posteriormente o livro virou mangá e filme, conquistando cada vez mais público.
A história do livro envolvia estudantes sendo colocados para lutar até morte por um governo japonês totalitário.
No ocidente o gênero conquistou o grande público em 2008, com o lançamento do primeiro livro da franquia Jogos Vorazes, que em 2012 foi adaptado para os cinemas e se tornou um dos filmes mais populares da época.
A obra misturara o elemento Battle Royalle com muita crítica social, mostrando um mundo pós-apocalíptico onde os enfrentamentos até a morte eram uma forma de entretenimento massivo e uma manera de ascender socialmente.
Nos games a moda surgiu em 2016 com o jogo Pubg, mas se popularizou em definitivo com Fornite no ano seguinte. Porém, entre o sucesso de Jogos Vorazes e de Fortnite, a Marvel aproveitou para surfar nessa onda.
O Battle Royalle da Marvel
A Casa das Ideias publicou em 2013 a revista Arena dos Vingadores, com roteiro de Dennis Hopelles (Mulher-Aranha) e arte de Kevin Walker (Star Wars).
O seu conceito era muito simples: o vilão Arcade, conhecido por sempre colocar os X-Men, Homem-Aranha e grandes heróis para enfrentar situações mortais no seu “Mundo do Crime”, resolveu criar um Battle Royale com os jovens heróis.
Para isso ele sequestrou 16 adolescentes super-heróis do Universo Marvel e os colocou numa ilha. Para se comer e beber eles precisam lutar entre si. Ninguém sabe que eles sumiram, então os Vingadores ou Quarteto Fantástico não vão surgir para salvar o dia.
Após 30 dias, apenas uma pessoa sairá vitoriosa dessa ilha. Esse foi o Battle Royale de Arcade. As inspirações da trama são claramente o Battle Royale japonês original (isso fica evidente na homenagem da capa da primeira edição, veja abaixo) e em Jogos Vorazes.
O escritor da HQ, Hopless, em entrevista ao site Multiversity, em 2013, esclareceu como surgiu o conceito da HQ:
“Bill Rosemann (editor da HQ) originalmente me pediu para lançar um livro escolar de super-herói mais tradicional. A Academia dos Vingadores estava terminando e ele estava procurando uma visão diferente dessa ideia básica. Meu discurso inicial foi como uma versão do Universo Marvel de Skins (a incrível série de TV britânica), estrelando Death Locket e as crianças da Academia Braddock.
Uma das minhas sugestões para a história foi uma competição no estilo do Torneio Tribruxo (da franquia Harry Potter) entre várias escolas do Universo Marvel e que se transforma em uma situação dos Jogos Vorazes.
Em algum momento, Bill levou a nossa ideia para Axel Alonso e Tom Brevoort, editores seniores da Marvel. Eles deram uma olhada em nossos possíveis arcos da história, apontaram para as ideias do Torneio Tribruxo e Jogos Vorazes e falou: “Esse é o seu livro. Apenas faça isso“. Então, o que era inicialmente uma minissérie de cinco edições acabou virando uma série de 18 capítulos. Fiquei um pouco apreensivo com a mudança no começo, mas acabou sendo a melhor nota editorial que já recebi.“, contou Hopeless.
Os jovens heróis que participaram da Arena dos Vingadores foram: Radiação, Vigoroso, Réptil, Jovem Gigante de Ferro e X-23 da Academia dos Vingadores. Nico Minoru e Chase dos Fugitivos. Cammi, Falcão de Aço, Corvo Vermelha e Death Locket estavam sozinhos na ilha. E Anacronismo, Kid Bretão, Ápice, Bloodstone e Nara eram da Academia Braddock.
Arena dos Vingadores foi uma grata surpresa da Marvel. Foi um título inesperado, escrito por um autor desconhecido na época e conquistou os fãs pela ousadia e violência.
Sim, a revista como um bom Battle Royalle, não podia se dar ao luxo de evitar a violência explícita. Do início ao fim muitos personagens sofreram algumas das suas mais traumáticas experiências. Inclusive a X-23, que há havia sofrido muito na infância.
Arena dos Vingadores saiu no formato mensal aqui no Brasil e nunca mais foi republicado. Mas em uma época em que o Battle Royalle está bombando em tantas mídias diferentes, fica a dica para a editora Panini olhar para esse material com carinho.
Mas e você, caro leitor, já leu a Arena dos Vingadores? Gostou de ver os adolescentes se matando? E o que achou dos novos personagens criados para a Academia Braddock? Deixe a sua opinião nos comentários.