X-Men é uma revista de muitas coisas. De viagem temporal, realidades alternativas, máquinas assassinas, mas também é uma HQ que fala sobre ódio e preconceito.
Infelizmente não são todas as publicações que conseguem captar a essência do que é ser mutante, do que os X-Men representam e principalmente do que agora Krakoa representa.
A revista Novos Mutantes #12, publicada na última quarta-feira nos EUA, com roteiro de Ed Brisson (Velho Logan) e arte de Marco Failla (Era do X-Man), felizmente acerta em cheio nisso.
A HQ traz a perspectiva de Glob Herman, um mutante que na adolescência, quando manifestou seus poderes mutantes, viu seu corpo ser revestido por uma espécie de cera gosmenta transparente, onde seu esqueleto e órgãos ficam sempre expostos.
Inicialmente o personagem surgiu como um mutante encrenqueiro, porém nos últimos anos te mostrado um grande coração. E essa sua mudança, desde que surgiu nos X-Men de Grant Morrison lá no início dos anos 2000, foi explicada na última edição dos Novos Mutantes.
Após descontar muita raiva que tinha guardado dentro de si em um jornalista que se dedicava a criar um website para atacar os mutantes com fake news, Herman desabafou com a Magia. Vamos transcrever todo o seu longo desabafo abaixo:
“Eu … é só que … aquelas pessoas. Meu pai … ele era como eles. Tão cheio de ódio. Eu cresci odiando mutantes porque meu pai os odiava. Seus amigos os odiavam. É sobre o que eles falavam. Isso consumiu suas vidas. Essas pessoas que você vê protestando com sinais como “VAI PARA CASA“, “MUTUNA” ou “MORRA, MUTANTE, MORRA“.
Era assim que ele e seus amigos agiam. Sempre que mutantes chegavam a um raio de distância de onde morávamos … ele me arrastava até lá para protestar contra eles. Minha mãe não sabia disso. Alguém tinha que trabalhar para pagar as contas. Nunca contei a ninguém sobre isso. Sobre minha família.
Então, você só pode imaginar o quão feliz ele estava quando eu mudei. Ele … eu … a coisa que ele odiava mais do que tudo no mundo, agora estava lá. Em sua casa. Toda aquela raiva que ele tinha. Essa raiva. Ele agora tinha um alvo que poderia atacar.
Tentei ficar fora do caminho dele. Fiz de tudo para evitá-lo, mas por mais que tentasse manter minha cabeça baixa, para não incomodá-lo … Ele me encontrava. Ele encontrava algo que eu fiz de errado. E então ele …
Numa noite, às duas da manhã … minha mãe me acordou e me tirou de casa. Ela me levou para Westchester, me deixou com o Professor X. Ela me deu um beijo na testa e me disse para não ligar para casa.
No começo, eu odiava a escola. Eu estava preso a mutantes. Fui criado para odiar mutantes. Mas então eu percebi que era aqui que eu pertencia. Mas eu ainda estava tão bravo. Com raiva dos humanos por causa de tudo que eles fizeram para nós. Furioso com os humanos por causa de tudo que meu pai fez comigo. E então eu ataquei. Agarrei-me a outras crianças que estavam sentindo o mesmo e alimentamos uns aos outros.
Eu estava tão cheio de raiva. E então … um dia, percebi o que estava agindo igual ao meu pai. Eu tive … eu não sei … eu não sei se quero chamar isso de uma epifania. Apenas um momento de clareza. Eu estava apenas repetindo o ciclo e sabia que não ia acabar bem para mim. Eu estava deixando a raiva fugir de mim e eu … não era saudável. Eu precisava ser melhor.
E eu tenho tentado tanto. Estou tão feliz aqui em Krakoa. Tipo, finalmente temos essa coisa que é nossa e podemos viver a vida que deveríamos ter. Isso deveria ser … deveria ser feliz. Deve ser seguro. Não devemos mais ter medo.
Então, quando eu estava cara a cara com aqueles idiotas. E vi como eles não nos deixariam em paz. Como eles só queriam que sofrêssemos. Isso me lembrou muito do meu pai, e eu … eu quebrei. Eu deixei minha raiva assumir novamente e … odiei a maneira como isso me fez sentir. Eu me sentia como o meu velho eu e os odiava por me fazerem sentir assim.“
Esse foi o grande desabafo de Glob Herman. Um forte depoimento sobre a importância dos X-Men, de Krakoa e de como é difícil ser mutante. E obviamente esse depoimento não se resume ao Universo Marvel e serve também há vários grupos historicamente oprimidos do mundo real.
Glog Herman foi bem acolhido, vive com os seus e hoje em dia tem conseguido encontrar a paz e tranquilidade que tanto almejou.
Mas e você, caro leitor, o que achou do depoimento? Está gostando as atuais histórias dos X-Men? Deixe a sua opinião nos comentários.
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