Após o frenético 5° episódio que culminou na destruição de Genosha, o 6° episódio pisou no freio e tratou de aprofundar seus personagens. Dois em específicos: Tempestade e Charles Xavier. Nessa lista separamos tudo o que aconteceu com muitas curiosidades, informações e opinioões.
Vocês já perceberam que todos os episódios de X-Men ’97 tem aberturas diferentes, né? Elas trazem pequenas cenas ou detalhes. Nesse 6° episódio, por exemplo, o Magneto e o Gambit foram removidos, devido as suas mortes. E o Noturno foi adicionado, confirmando a sua entrada para os X-Men.
Temos várias cenas remasterizadas e relembrando momentos chave que parecem dar dicas sobre o que veremos no capítulo (e nos próximos). O episódio é dividido entre Tempestade e Xavier. E vou focar primeiro na Tempestade, que agora adapta o arco “Morte em Vida 2“, também das HQs.
Todo o enredo da Tempestade é uma jornada de autodescoberta, basicamente uma terapia. A figura mística do Adversário funciona mais como um terror psicológico, mexendo com a cabeça da Tempestade, com seus valores e ideias.
E o episódio é muito feliz ao explorar isso ao mesmo tempo em que desenvolve uma série de elementos dos quadrinhos. E cito aqui como um exemplo o lado místico do Forge. Apesar de pouco desenvolvido nas HQs, ele é um Xamã nativo-americano do povo Cheyenne.
Forge já havia curado a Tempestade lá no episódio 4. O que a impediu de recuperar os poderes foi ela mesma. O Adversário do episódio apenas se alimentou e personificou os maiores medos da Ororo.
A Tempestade inclusive verbaliza: “O neutralizador do Executor X não era a única coisa minando os meus dons. Larguei uma mentira e eu acreditei nela.” Enquanto isso o Adversário a pressionava a acreditar na mentira. A negar seus poderes.
Mas que mentira é essa? Lá no segundo episódio, Madelyne (que ainda pensava ser a Jean) e Tempestade tiveram uma conversa sobre o vindouro Nathan. Madelyne confidenciou que sentia vergonha de desejar que a criança não fosse mutante, para poupá-la do preconceito.
Nessa conversa, Ororo disse: “Eu já me indaguei sobre como seria ser humana. É um sonho bastante tentador.” E quando ela se desligou dos X-Men, após perder os poderes, também falou em tom de despedida. Como se iniciasse uma vida nova. Aceitando não ter mais poderes.
A mentira que ela acreditou foi ela própria que contou. A depressão que enfrentou e a dominou a ponto de acreditar que não era mais mutante. E ela apenas superou isso entendendo o seu sofrimento. Pô, já assistiram Divertidamente, né? A tristeza faz parte da jornada. É isso.
E o episódio explora isso de muitas maneiras. Com a Ororo encarando o abismo escuro. Ela enfrentando o seu maior medo: a claustrofobia. O pavor/desespero de estar em lugares fechados. Com o Adversário envenenando a sua cabeça o tempo todo.
Beau DeMayo, roteirista da série, disse que a Tempestade no caixão, sofrendo com a claustrofobia e falando “não consigo respirar“, foi uma referência a morte de George Floyd. George foi um homem negro que foi morto asfixiado na rua, pelo joelho de policiais brancos, enquanto clamava “não consigo respirar”. A morte de George foi filmada, divulgada na internet e foi um ponto importante do movimento Black Lives Matter, que combate o racismo.
Todos temos Adversários que nos convencem que não podemos fazer alguma coisa. Precisamos enfrentá-los. Com terapia. Com rede de apoio. Com família. Com amigos. Como conseguirmos. Com o apoio de Forge, Ororo conseguiu. Recuperou os poderes e vestiu seu uniforme clássico.
Então essa jornada da Tempestade é sobre isso. Sobre não aceitarmos sermos definidos pelos outros. Nós que temos as rédeas das nossas vidas. E não podemos deixar que nada, nem mesmo a tristeza, fique em nosso caminho.
A Tempestade marca essa sua nova etapa na vida com um novo visual. Que não é bem novo, né? Trata-se do penteado e uniforme originais da personagem nos quadrinhos. O clássico maiô preto e o cabelão branco sem moicano, com uma tirara preta.
Agora ela recuperou seus poderes, sua autoestima e, principalmente, sua personalidade e identidade.
E quando ela se recuperava para voltar aos X-Men, a Tempestade ligou a TV e descobriu o pior: o genocídio de Genosha. Com o EXTRA: os países natais de mutantes sobreviventes de Genosha estão se negando a receber essa galera de volta. Meu palpite? Muitos vão para o Instituto Xavier.
E então chegamos em Charles Xavier. Ao contrário do que sabíamos até então, ele não está morto. Ele sobreviveu. Está no espaço, no Império Shia’r. Ele está namorando a Imperatriz Lilandra e eles pretendem se casar, se assim o povo Shia’r permitir.
Somos apresentados a Rapina, irmã da Lilandra. Nas HQs ela é uma vilã, da Capitã Marvel inclusive. Falando na Capitã, quem também aparece no episódio são Krees. Destaque para Ronan, o Acusador. Lembram dele? Foi o vilão lá do primeiro Guardiões da Galáxia.
Rapina representa o Império Shia’r e atuou com apoio da Guarda Imperial. Uma equipe EXTREMAMENTE poderosa, que protege o Império Shia’r e reúne alguns dos guerreiros mais poderosos de todo universo.
Cansado de sofrer preconceito na Terra, Charles agora foi sofrer preconceito no Império Shia’r. O povo, principalmente a elite, não estão nada feliz com a Imperatriz querer casar com um humano. Muito menos um “humano de casta inferior“. Eles o diminuem por ser mutante.
Um diálogo de Xavier com o Gladiador, líder da Guarda Imperial e mais poderoso guerreiro Shia’r, é esclarecedor. Eles debateram sobre as divindades que personificam o ideal do povo Shia’r. Eles eram inimigos e precisaram casar para alcançar a paz.
Gladiador: A união de Sharra e K’ythri está no cerne dos nossos princípios. Conectar várias culturas em uma. Pelo bem da paz e harmonia galáticas.
Xavier: O que é união se uma metade deve se apagar em benefício do todo?
Contexto: o povo Shia’r é uma espécie alienígena com DNA de pássaros. Mas o Gladiador, o mais forte do Império, não tem nada de pássaro. Lembra que a Guarda Imperial trazia os guerreiros mais poderosos de todo universo? Acredito que apenas um, dos vários integrantes, tem DNA nativo do povo Shia’r.
Quando Rapina, irmã de Lilandra, exige que Xavier apague toda a sua memória anterior aos Shia’r, para se casar com a Imperatriz, ele recua. E em um momento de raiva, cansado de sofrer preconceito até no espaço, ele resolve dar uma aula.
Em uma aula telepática ele explica como o Império Shia’r funciona:
Xavier: Quem sabe me dizer de onde o Império Shia’r tira toda a sua força? O poder do seu Império está na colheita de mundos roubados. Culturas mais jovens que se não fossem levados a morte, agora poderiam ser Impérios, que rivalizariam com o seu. Temendo isso, vocês quebram as pernas deles e dizem que podem ajudá-los a andar de novo. Mas apenas se eles assimilarem, se submeterem.
Traduzindo pro mundo real: é basicamente a colonização.
Ao ser questionado sobre idealismo e a confusão que isso causaria no povo, Charles responde: “A coexistência é confusa. Daí vem meu amor pela educação. Pelos meus X-Men. O heroísmo deles ensina uma lição que não podemos esquecer.” Esse é o sonho de Xavier.
O episódio então conclui com o Xavier recebendo telepaticamente a mensagem do Genocídio de Genosha. Sentindo a morte de tantos mutantes, inclusive o Gambit dos seus X-Men. E toma a decisão de abandonar os Shia’r e retornar para o seu povo na Terra.
E antes do fim, uma revelação: O responsável pelo Genocídio parece ter sido o Sr. Sinistro. Que também foi quem infectou o bebê Nathan. O que ele está tramando? Afinal, o ataque em Genosha parece ter sido só o começo. Os próximos episódios PROMETEM!
Mas e então, caro leitor, o que está achando de X-Men ’97? E tá curtindo a nossa cobertura com listas? Deixe a sua opinião nos comentários.
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