Homem-Formiga e a Vespa é o filme mais gostoso do MCU
Veja bem, não estou falando que Homem-Formiga e a Vespa é o melhor filme da Marvel, nem o com o melhor roteiro, melhor direção ou o mais engraçado e bem filmado … não estou falando nada disso. Quando digo que ele é o mais gostoso, me refiro a quão prazerosa essa produção é. São 1h58 min de pura diversão.
Logo nos primeiros minutos do filme o espectador recebe, de uma forma bastante didática e divertida, toda a informação que é necessária saber para curtir a história. Ou seja, mesmo que você não tenha assistido ao primeiro filme do Homem-Formiga, poderá usufruir dessa continuação sem nenhum ônus.
A trama é bastante simples e ela não foge disso: a família Pym quer salvar Janet van Dyne e não medirá esforços para isso. O que se sucede a partir de então são inúmeras situações que levam Hank Pym (Michael Douglas), Hope Pym (Evangeline Lilly) e Scott Lang (Paul Rudd) para aventuras dignas da sessão da tarde.
Apesar do filme explicar as repercussões do Acordo de Sokovia, o longa não fica preso na cronologia do MCU. Portanto, não crie expectativas quanto a Thanos ou mesmo outros Vingadores. O filme é realmente do Homem-Formiga, da Vespa e da jornada em busca da Janet.
O filme também não é o mais engraçado, apesar de ser assumidamente uma comédia e ter MUITAS piadas, quando o chamo de gostoso me refiro a sua atmosfera aventuresca e ao ritmo bem equilibrado. Ao contrário de outras obras, achei os três atos muito bem executados, a história flui de uma maneira que o espectador não vê o tempo passar.
Alguns personagens do elenco coadjuvante que merecem destaque, por contribuírem fortemente para a vibe gostosa do longa são: Luiz (Michael Peña), Kurt (David Dastalmachian) e Cassie Lang (Abby Rider Fortson). Todos contribuíram para dar novas camadas para a história.
Cassie, filha do protagonista, parece caminhar a passos largos para ter um papel de destaque no futuro do MCU. Nos quadrinhos a jovem se tornou a heroína Estatura quando chegou na adolescência. Já no filme, ainda uma criança, ela apenas sonha em um dia ser uma heroína como o seu pai. A propósito, a relação entre os dois personagens é uma das coisas mais bonitas e sinceras do filme.
Aproveito e faço um adendo aqui, pois existe um rumor de que a Cassie estará em Vingadores 4, só que sendo interpretada por uma atriz mais velha. Especula-se que a trama do filme envolverá viagem para o futuro, o que poderia apontar para a presença dos Jovens Vingadores … mas isso é apenas especulação.
Mas voltando para o filme, os pontos fracos acabaram sendo a vilã e algumas expectativas que não foram alcançadas. A Fantasma (Hannah John-Kamen), apesar de ter uma boa motivação como antagonista da história, não tem muito peso, passa a impressão de que não terá utilidade no futuro do MCU. Já Bill Foster (Laurence Fishburne), se não voltar a dar as caras no futuro, também terá sido um desperdício de ator.
O filme ameaça tocar em pontos mais polêmicos das HQs, como a dualidade de Hank Pym. Quem já leu as HQs sabe que o cientista não é um homem exemplar, possuindo históricos transtornos comportamentais, agredindo fisicamente até a sua esposa.
O longa não chega a ir no caminho da agressão masculina, seria um tema pesado demais para uma produção leve como essa, mas por inúmeras vezes é mencionado que Pym não tratava bem seus colegas cientistas. Poderiam ter explorando melhor essa dualidade do personagem, mas infelizmente não o fizeram.
Outras decepções que tive foi quanto ao mundo quântico e a própria Janet van Dyne (Michelle Pfeiffer). Esperava ver muito mais dessa outra dimensão e da personagem, mas ambas possuem apenas alguns minutos de tela. Mas, em compensação, há a promessa de que veremos mais dessas duas questões no futuro.
Apesar de tudo, Homem-Formiga e a Vespa é um filme muito gostoso de se assistir. É divertido do início ao fim e não tem ambição de ser algo que não é. Vão dizer que é mais um filme para a Fórmula da Marvel? Vão. Mas o filme é bom, então do que importa?
Homem-Formiga e a Vespa estreou nos cinemas brasileiros no dia 5 de julho.
