O retorno dos Fabulosos X-Men não passa de um grande repeteco

Em novembro, a tradicional Fabulosos X-Men (Uncanny X-Men) voltou para as prateleiras estadunidenses como a revista principal dos heróis mutantes, um título que não detinha com o mesmo peso desde 2014.

Dando lugar a uma nova era para os X-Men – a primeira desde que C.B. Cebulski assumiu como editor chefe da Marvel – “Fabulosos” é composta por um time criativo de peso:  Ed Brisson (Extermination), Kelly Thompson (Sr. e Sra. X) e Matthew Rosenberg (Surpreendentes X-Men), grandes nomes que têm moldado a franquia mutante nos últimos meses. A revista também conta com diversos desenhistas.

Prometida desde agosto, a primeira edição do novo arco, chamado A Queda dos X-Men (X-Men Disassembled), traz uma coletânea de histórias com diferentes pontos de vista que acabam todas conectadas.

Desaparecimentos e anomalias

A trama parece girar em torno de anomalias temporais e tentativas de consertá-las, abrindo com um sonho de Jean Grey onde um Jamie Madrox (Homem Múltiplo) desesperado pergunta pela diretora e líder dos X-Men, Kitty Pryde. Na sequência, centenas de duplicatas do Madrox fazem a mesma pergunta enquanto enfrentam os outros X-Men.

De volta à realidade, Kitty Pryde está em uma missão de treinamento com alguns de seus alunos (Glob Herman, Anole, Armadura, Oya, Pedreira e Fada). O grupo precisa enfrentar a Frente de Libertação Mutante (FML), que tinha como propósito explodir um laboratório que estava pesquisando uma vacina que impediria que mutantes surgissem.

Importante notar como os jovens mutantes são tratados como “aprendizes” há quase duas décadas, mesmo já tendo participado de grandes missões, batalhas e integrado equipes principais (Fada e Armadura já foram X-Men titulares), ponto trazido à tona com indignação por Armadura e Anole na terceira parte da revista.

Curioso como os próprios roteiristas parecem apontar essa inconsistência, uma vez que a X-23, que até alguns anos fazia parte desses mesmos aprendizes, e hoje é parte da equipe principal e um dos personagens mais importantes para a franquia mutante nos quadrinhos, estrelando sua própria revista solo.

Durante a luta contra a FLM, Jamie Madrox reaparece, perguntando de Kitty Pryde da mesma forma que fazia no sonho profético de Jean. Quando descobre que ela já estava desaparecida, o mutante percebe que havia chegado “tarde demais”.

A cena se repete mais tarde na revista, em um comício em que um senador discursa sobre os riscos que a comunidade mutante apresenta (e a Jubileu representa os leitores com a fala “Já ouvi esse discurso um milhão de vezes”), com Jamie chegando de repente e aparentemente atacando a multidão. Na confusão, o político anti-mutante também desaparece subitamente, o que leva Jamie a notar que também não conseguiu cumprir sua missão.

No fechamento da história, o senador reaparece preso a uma cadeira, junto de Kitty Pryde e Apocalipse, todos capturados pelo mesmo misterioso novo vilão. A revista é então dividida em outras histórias que tentam montar um quebra-cabeça de eventos que ocorreram antes do dia do comício.

Temos Bishop investigando uma irregularidade na linha do tempo que supostamente teria ligação com uma aparição do Fera Negro (uma versão de um universo alternativo do Fera) e esbarrando na morte misteriosa do Homem Doce (um vilão que vinha desse mesmo universo alternativo); em seguida Jean Grey em um café se deparando com uma idosa misteriosa e em seguida enfrentando pessoas normais que subitamente ganham poderes e começam a atacá-la; e Armadura e Anole, que encontram com o Fera Negro que fugia de algo que queria “mandá-lo de volta”.

Todas as histórias extras então se conectam na cena final, possivelmente revelando o novo vilão que estaria por trás de todas as anomalias que aconteciam.

Nada de novo sob o sol

Mesmo com três roteiristas por trás da revista, Fabulosos X-Men repete temas já utilizados há anos mesmo depois de propor “inovação” e “um novo capítulo” para os mutantes.

Mais uma vez os mutantes parecem estar diante de ameaças de políticos preconceituosos (X-Men: Gold e Red acabaram de sair), “cura mutante” e tentativas de consertar linhas temporais (Extermination, também do Ed Brisson, nem terminou de ser lançada). 

Depois de X-Men: Gold, que não se cansou de repetir histórias, chega a ser irônico ter o Homem Múltiplo revivendo este ano, uma vez que as tramas dos mutantes tem sido, basicamente, duplicatas de coisas que já aconteceram.

Positivamente, as interações entre os personagens são bem escritas, vemos o retorno de alguns personagens esquecidos (Estrela Polar, estamos falando de você) e nisso os roteiristas não desapontam. A arte de Asrar também não deixa a desejar.

A história ainda pode se desenvolver e inovar completamente além desses plots datados, tendo dez edições focadas só nesse arco pela frente, mas para um recomeço sob tanta propaganda, vindo em uma edição especial com cerca de 60 páginas, Fabulosos X-Men #1 prometeu mais do que cumpriu.

Fabulosos X-Men #2 sai já amanhã, 21 de novembro, com a continuação da Queda dos X-Men. O roteiro é de Ed Brisson, Kelly Thompson e Matthew Rosenberg, arte de RB Silva e capa de Leinil Francis Yu.

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