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EXCLUSIVO! Rainbow Rowell fala sobre Fugitivos e a nova HQ da Mulher-Hulk

Rainbow Rowell é uma escritora que tem despontado nos últimos anos nos quadrinhos com um grande sucesso. Ela fez carreira escrevendo romances e sua primeira HQ foi o título dos Fugitivos. A revista durou 38 edições e colecionou prêmios e indicações.

Agora, Rowell está em uma nova missão: reestabelecer a Mulher-Hulk no Universo Marvel, bem a tempo da estreia da sua série no Disney+. E ela está acompanhada do brasileiro Rogê Antônio nas artes e do colorista Rico Renzi.

Abaixo você confere uma entrevista exclusiva que fizemos com a autora, falando um pouco dos Fugitivos e principalmente de Mulher-Hulk. Confira:

JAMESONS: Pessoalmente, consideramos a sua fase nos Fugitivos a melhor até agora. Ela conseguiu preencher algumas lacunas deixadas das fases anteriores, realizou coisas que os fãs ansiavam há muito tempo (como Deanoru, e o retorno da Gert e do Victor), amadureceu os personagens, criou novos inimigos e aliados, e avançou o status quo do núcleo para um novo nível ao mesmo tempo que os manteve fiel às suas origens e essências. Foram incríveis 38 edições. Quanta liberdade você teve para escrever esses personagens e tomar tantas decisões que redefiniram muito sobre eles? Levando em conta que a Mulher-Hulk será a próxima grande heroína do MCU e estará na próxima saga de Dan Slott, você terá uma liberdade semelhante nesse novo projeto?

Rainbow Rowell: Muito obrigada. Sou muito grata a todos que leram a HQ dos Fugitivos e se apegaram a ela. Tivemos muita liberdade para moldar esses personagens. Trabalhei diretamente com o editor Nick Lowe, e geralmente estávamos alinhados sobre como levar o gibi adiante. Tomara que que todos os desenvolvimentos tenham parecido orgânicos e verdadeiros para os personagens. Eu sou uma grande fã da série original, então eu realmente queria que as crianças parecessem elas mesmas. E eu queria que as grandes mudanças parecessem ter origem na história já existente. Foi um pouco mais fácil fazer o que queríamos porque os Fugitivos não estão tão integrados ao universo maior da Marvel. Eles sempre foram separados.

Mas você está certo que Mulher-Hulk é diferente. É mais provável que ela apareça em outros quadrinhos e em grandes eventos. Até agora, consegui criar espaço suficiente para contar uma história. Não me senti muito limitada ou reprimida. Eu gosto de cronologia, então quero que o gibi dela se encaixe na história mais ampla da Marvel.

JAMESONS: Quais são as suas principais referências na hora de escrever a Mulher-Hulk? Quais elementos dos títulos anteriores dela que você mais gosta e busca valorizar nessa sua passagem? E tem alguma coisa inédita que você está trazendo para a HQ, que nunca foi feito antes com a heroína?

Rainbow Rowell: Minhas histórias favoritas da Mulher-Hulk são as escritas pelo Dan Slott. Eu sinto que ele realmente entende a Jen como personagem. Todos os seus pontos fortes e fracos. Eu li todas as aparições da Mulher-Hulk, e é incrível como o Dan pegou uma centena de pequenas referências ao longo dos anos – um painel aqui e ali – e as usou para construir essa personagem que era amada por seus amigos e valorizada por sua equipe, mas um pouco fora de controle. Um pouco instável por dentro.

Também gosto de voltar à Sensacional Mulher-Hulk do John Byrne, porque foi aí que Jen tomou forma como personagem. Seu senso de humor. Sua arrogância. A maneira como ela se recupera. A maneira como ela consegue se livrar de qualquer situação com discursos, quando o soco falha.

E eu gostei de ler as fases mais recentes do Charles Soule e do Javier Pulido (ótimas aventuras na advocacia), e da Mariko Tamaki e do Nico Leon (uma Mulher-Hulk realista e que sente dor).

O que torna minha própria narrativa diferente? Provavelmente que não consigo evitar escrever histórias de amor. Eu pensei muito sobre a vida romântica de Jen ao longo dos anos. E que espaço os relacionamentos ocuparam em suas histórias.

JAMESONS: Nos últimos anos, vimos a Jen passando por mudanças bruscas em sua aparência, personalidade e até poderes, indo mais de encontro com a natureza Hulk que víamos em seu primo. Com esse retorno “às origens”, esse passado recente também poderá ser abordado na revista? Teremos alguma sequela disso sendo sentida pela personagem?

Rainbow Rowell: Com certeza. Estamos começando esta história com a pergunta: “Qual é a sensação da Jen ao estar recomeçando? De novo“. Mas o enredo não será especificamente vinculado à sua história nos Vingadores. Esta é uma nova aventura!

JAMESONS: A Jen advogada sempre rendeu ótimas histórias, mas nos últimos anos esteve bastante ausente. Podemos esperar ao menos um pouco de trama jurídica nessa nova fase? Poderia falar um pouco sobre a sua abordagem?

Rainbow Rowell: Sim, eu amo que Jen é uma advogada – e que ela pense como uma advogada, mesmo quando ela está socando monstros gigantes. Também gosto de histórias que mostram como ser um super-herói afetou a carreira jurídica da Jen. Ela chegou a discutir na Suprema Corte uma vez, e Titânia continuou dando as caras! Nós realmente vamos olhar para onde Jen está em sua vida, e o que ela tem que a ela pertence. E isso inclui a sua carreira.

JAMESONS: Qual foi o argumento que te convenceu a escrever a revista, ou convenceu os editores a te deixarem comandar a HQ?

Rainbow Rowell: Ah, não houve discussão. A Mulher-Hulk sempre foi minha mulher favorita da Marvel. Tenho estado ansiosa para escrever uma história dela desde que o Nick Lowe e eu nos conhecemos. Mas ela sempre esteve envolvida em outras histórias. Quando esta HQ surgiu, eu agarrei a chance de escrevê-la.

JAMESONS: Rogê Antônio é um artista brasileiro que tem se destacado muito na Marvel nos últimos anos. Como tem sido a sua colaboração com ele nessa HQ da Mulher-Hulk?

Rainbow Rowell: O Rogê é tão bom! Suas páginas são incrivelmente dinâmicas. É como se você se afastasse das páginas, de modo que não pudesse ver as palavras ou mesmo detalhes específicos – você ainda veria essas formas e padrões poderosos. Realmente me balança quando ele entrega os quadros. E ele desenha ótimas cenas de luta!

Além disso, é maravilhoso trabalhar com o Rogê. Ele está investido em tornar a revista boa e é aberto a colaborar.

JAMESONS: A Titânia é uma das grandes vilãs da Mulher-Hulk nas HQs e também estará na sua série de TV. Podemos esperar que ela apareça também nessa nova HQ? E quais vilões da Marvel você tem interesse em escrever e talvez possamos ver nessa revista?

Rainbow Rowell: Sim, Mary estará lá. Bem na edição #1. Uma das coisas que observamos é a piada recorrente de que a Jen realmente não tem seus próprios vilões. Ela tem a Titânia e… a Titânia?

JAMESONS: Nas fases anteriores, a amizade entre a Mulher-Hulk e a Felina foi uma das melhores interações entre heroínas do Universo Marvel. Podemos esperar que a Patsy apareça em algum momento na revista?

Rainbow Rowell: Sabe, essa amizade foi bem desenvolvida nos gibis recentes da Mulher-Hulk, e estou muito feliz. A Mulher-Hulk precisava de uma amiga! Quando você está lendo os quadrinhos antigos da Mulher-Hulk, você tem a sensação de que todo mundo ligava para a Jen quando precisava de ajuda. Mas para quem a Jen poderia ligar? Agora, – para a Patsy!

JAMESONS: A trilogia de Simon Snow é um sucesso, tendo ganhado popularidade até aqui no Brasil. Você tem interesse em expandir essa temática de magia também nessa mídia de quadrinhos? Talvez continuar a história da Nico depois de Fugitivos (eu ainda tenho muita curiosidade pra saber o destino do cara no Cajado do Absoluto)? Ou até trabalhar com a Feiticeira Escarlate ou a nova maga suprema, Clea?

Rainbow Rowell: Eu não tenho muito um gênero favorito. Gosto de escrever feiticeiros, e gosto de escrever histórias do mundo real. Acho que gostaria de escrever algo no espaço… É mais sobre os personagens para mim. Eu adoraria continuar a história da Nico, mas só porque amei escrever Fugitivos e não queria parar!

JAMESOS: Para finalizar, infelizmente a sua passagem pelos Fugitivos segue inédita no Brasil. A editora Panini, responsável por publicar as HQs da Marvel aqui no Brasil, ainda não publicou a sua fase na revista. Poderia se juntar aos fãs brasileiros e fazer coro para que a Panini enfim publique essa revista por aqui?

Rainbow Rowell: Eu acho que os Fugitivos são os melhores personagens da Marvel, então é claro que os leitores brasileiros devem ter acesso a eles! Eles são tão interessantes para mim: crianças que traíram seus pais para salvar o mundo e agora precisam depender umas das outras. É uma ótima história de “família que escolhemos”, uma ótima história de amadurecimento. Grandes amizades, grandes romances. Grandes conflitos morais. (Tudo isso já era verdade antes mesmo de eu aparecer como a roteirista!)

Agradecemos demais ao tempo e atenção que a Rainbow dedicou para conversar com a gente. Uma escritora que tem tudo para seguir fazendo muito sucesso na Marvel. E Dona Panini, entendeu o recado, né???

Mas e então, caro leitor, hypado para essa revista nova da Mulher-Hulk? E também espera que a Panini publique os Fugitivos escritos por ela no Brasil? Deixe a sua opinião nos comentários.

Redação Jamesons

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