CRÍTICA – Deadpool & Wolverine é o filme mais divertido de todo MCU

Com pré-estreia em todo o Brasil nessa quarta e com lançamento oficial na quinta-feira, Deadpool & Wolverine, o terceiro longo do Mercenário Tagarela, já estreia como um sucesso de público. É a produção mais aguardada do ano.

Era de se esperar, com as peças de divulgação e com os filmes anteriores, que Deadpool & Wolverine viria para chutar a porta do MCU com muita força. E a produção teve êxito nesse objetivo. É um filme completamente diferente de tudo o que se viu até então no multiverso da Marvel do cinema e sem perder em nada a essência do que trouxe os dois personagens até aqui.

Temos ação frenética, uma trilha sonora que engrandece as cenas, diálogos precisos e muita, mas muita quebra de quarta parede. Mas acima de tudo, Deadpool & Wolverine é um filme feliz, divertido e bem-humorado.

Vamos fazer aqui um exercício de, sem nenhum spoiler, fazer nossa crítica ao filme. Afinal, não queremos estragar a sua experiência (e nós sabemos que você vai assistir ao filme). Portanto, não vamos nos preocupar com boatos, detalhes do enredo ou se os trailers engaram em alguns pontos, o espaço não é para isso.

Para começar, o óbvio precisa ser dito: Deadpool & Wolverine é o final da trilogia Deadpool muito mais do que uma continuação dos filmes do Wolverine. Ele é a estrela do show. Mas isso não diminui o papel do Hugh Jackman, que também brilha demais.

E não poderia ser diferente, afinal, o mais novo filme do MCU é, além de tudo o que veremos abaixo, é também uma grande e honrosa homenagem ao Foxverso. Apesar das piadas, dos deboches e tiradas de sarro que são feitas com a franquia Fox, tudo é realizado com muito carinho e bom humor. Independentemente de ser fã ou hater dos filmes, é impossível não se emocionar com uma série de cenas que referenciam o estúdio que deu vida aos X-Men, Quarteto Fantástico e tantos outros tantos heróis da Marvel no cinema.

Se por um lado Ryan Reynolds em sua cruzada pessoal deu a Deadpool a única franquia que cruzou a barreira do antigo estúdio e ganhou uma continuação pela Disney, Hugh Jackman é o rosto que simboliza os heróis da Fox. Wolverine (e Hugh) participou dos X-Men desde o nascimento do universo, do seu reboot em Primeira Classe e em sua franquia própria, teve um desfecho digno em Logan. Tudo isso é homenageado de forma emocionante e sem pieguice.

Agora vamos ao filme

O filme é frenético. Simples assim. As cenas de ação são praticamente ininterruptas e é de se espantar pela qualidade de todas elas. Muito bem coreografadas, todas têm muita personalidade, desde a primeira, que traz uma coreografia de dança muito divertida, com câmeras girando, até a última, com uma luta épica sem cortes filmada em uma perspectiva como se fosse um jogo de ação 2D antigo, em que a câmera fixa em uma determinada altura e segue os protagonistas em uma luta na rua.

Temos cores! Com o Deadpool bem vermelho e o Wolverine bem amarelo, sem vergonha nenhuma de seu belíssimo uniforme, o filme praticamente grita de orgulho de ser quem é. O visual todo do filme é algo que praticamente não se pensava quando Hugh Jackman estreou na franquia X-Men. Roupas vêm praticamente direto dos gibis e funcionam muito bem para a audiência, agora já acostumada com Homem-Aranha, Homem de Ferro, Capitão América e tantos outros heróis coloridos e que usam collant.

E claro que esse orgulho de vestir Wolverine de amarelo pela primeira vez nos cinemas causam deliciosos diálogos, quebras de quarta parede e risos. O texto de Deadpool & Wolverine é lotado de metalinguagem que referencia muito o MCU e a Fox, com humor que funciona para os amantes das novas fases da Marvel nos cinemas e até para os haters (talvez especialmente para este último grupo).

E com o traje novo, Hugh não se constrange nem um pouco e entrega muito com o papel que lhe deu o mundo. E não só ele. Ryan Reynolds parece mais confortável do que nunca fazendo o Mercenário Tagarela e os dois têm uma química muito singular e poderosa. Destaque também para Emma Corrin, que faz a vilã Cassandra Nova e para Dafne Keen, a Laura, que mesmo com pouco tempo de tela encanta muito.

E o fan service?

Temos. Sem megalomania, os fan services são bem medidos e fazem mais sentido de fato para os amantes e espectadores do Foxverso. Os fãs de quadrinhos vão amar as inúmeras referências a HQs, que ficaram visualmente espetaculares nas telas do cinema. Os fãs da Fox vão amar o carinho que tiveram com os personagens das franquias do estúdio. E por que não? Os fãs do MCU vão amar também as conexões feitas do Foxverso ao (nem tão) novo universo da Disney.

Tudo isso coberto de uma trilha sonora muito saborosa. Não tinha como não ser assim. As cenas de ação são caprichosamente realizadas ao som das mais improváveis músicas, Madonna liberou um de seus maiores clássicos para um momento épico e a até AC/DC volta quase como uma homenagem após ter engrandecido cenas em Homem de Ferro.

No fim das contas, Deadpool & Wolverine traz um filme que tem muitas qualidades. Mas não se engane com o tom de que o longa não se leva a sério, ele foi caprichosamente pensado e muito bem executado. E mais do que homenagear a franquia da Fox, ele entrega aos espectadores a satisfação de, após acompanhar décadas de filmes, a recompensa por ser fã de super-heróis.

E aí, já garantiu seu ingresso? Não vai dormir no ponto. As sessões estão lotando. Depois não reclamar se ficar sem poder assistir. Quem avisa amigo é.

Texto de Klaus Gambarini

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