Marvel’s The Gifted: Série se expande e começa a assumir sua identidade
Nesta segunda-feira, 9/10, foi ao ar nos EUA pela Fox Channel, o segundo episódio, intitulado “rX”, de Marvel’s The Gifted a nova série da Fox. Aqui no Brasil o episódio foi exibido pelo Canal Fox.
A série deu continuidade ao drama da família Strucker ao descobrir que seus dois filhos são mutantes. Neste episódio a história decorre por quatro tramas distintas. Reed Strucker (Stephen Moyer) encarando o agente Jace Turner (Cobey Bell) da Sentinel Services e suas investidas para interrogá-lo. Polaris (Emma Dumont), presa e com seus poderes restringidos em razão de um colar anti-mutante. Blink (Jaime Chung) que se exauriu após o uso forçado de seus poderes e assim começa a perder controle sobre eles. Catilin (Amy Acker) e Eclipse (Sean Teale) tendo buscar remédios para cuidar de Blink. O desenvolvimento da série segue de forma segura, e nesse segundo episódio que troca a direção de Bryan Singer por Len Wiseman, o programa começa a abraçar todo seu potencial.
As quatro linhas narrativas caminham juntas e cada uma a sua forma e drama particular. Contudo, apesar da continuidade da história, esse episódio vai além no desenvolvimento de sua ambientação.
No arco da história de Lorna, vemos como humanos comuns são tratados na prisão em comparação com o tratamento daqueles com DNA mutante. Mesmo presa, a mutante é tratada de forma desumana que as demais presidiárias. Enquanto isso, Reed Strucker é interrogado pelo agente Turner, somos paulatinamente apresentados ao cenário de The Gifted. A realidade desse universo vai criando mais camadas e se mostra mais cinzenta do que se espera. O Agente Turner revela, sem perder a sua posição de acusador e a pose impassível, que perdeu sua filha no fatídico evento de 15 de julho (evento este ainda desconhecido), isso claramente denota o tom trágico daquele mundo bem como expõe os efeitos de pessoas com poderes (além de deixar ainda mais em aberto que tragédia foi esta). Em contraponto, o telespectador é apresentado à realidade dos mutantes no cotidiano de um hospital.
Caitlin Strucker e Marcos Diaz, o Eclipse, que estão em busca de remédios para Blink, quando chegam ao local é explicado que o governo permite que poucos postos de saúde pública que atendam mutantes e mesmo assim, ainda deseja fechar alguns destes centros. O médico que lhes atende, ao perceber os ferimentos de Caitlin (ocorridos em decorrência dos acontecimentos do episódio anterior), tenta conversar com ela e sugestiona que mutantes são naturalmente violentos em razão de seus genes.
Tudo em The Gifted soa como uma poderosa crítica e um reflexo dos preconceitos padrões de nossa sociedade. Seja nas entrelinhas de uma frase aparentemente inocente, seja pela figura impositiva do agente da Sentinel Services. Mutantes são temidos e odiados, essa é a chaga que os X-Men sempre carregaram em suas histórias, porém, mesmo em dois episódios, pode-se perceber que nenhuma outra adaptação tratou o tema tão bem como esta série. A cada pequeno detalhe apresentado, Gifted se mostra uma série necessária e também deixa claro que, mesmo se tratando de uma adaptação sobre quadrinhos, é possível tratar temas importantes como preconceito e uma sociedade desajustada.
Contudo Gifted não é apenas uma grande forma de criticar e fazer pensar, ela está funcionando muito bem como adaptação. A série expande consideravelmente a realidade mutante. Ela nos permite perceber que aquela realidade não é formada apenas por X-Men e a Irmandade Mutante. Nem todos são super-heróis em trajes coloridos, muitos são pessoas comuns tentando sobreviver em um mundo que os teme. A série está recheada de referências. Em determinado momento o Agente Turner, ao tratar do Mutant Underground (grupo de Polaris, Eclipse e Pássaro Trovejante), menciona outro grupo, o “Mutant Liberation Front”, ou mais conhecido como Frente de Libertação Mutante, ou que sugere que possam aparecer mais a frente na história da série.
Outro ponto interessante, é que a atriz Emma Dumont confirmou durante o painel de Gifted na New York Comic-Com, ocorrida entre 5/10 a 8/10, que sua personagem Polaris descobrirá que é filha do mutante Magneto. A matéria original pode ser conferida no Screenrant.
“Polaris ouviu rumores sobre quem era o seu pai. Ela ouviu que é esse mutante muito poderoso, mas então ouviu também que algumas pessoas o consideram um vilão, que ele não é uma boa pessoa, mas que fez grandes coisas, mas que talvez não tenham sido ótimas. Ouviu que ele tem opiniões bem específicas, que é muito preto no branco e que ninguém o desafiava. E ela fica ‘espera, é assim que sou. Talvez ele seja meu pai. Sou uma pessoa ruim? Não sei’. Magneto é seu pai e ela descobrirá isso em breve.”
Gifted ainda tem muito o que oferecer, porém já está claro que a série veio para ocupar um espaço que ainda não sabíamos que estava desocupado.
Marvel’s The Gifted é produzida por Matt Nix, Lauren Donner, Bryan Singer, Simon Kinberg, Jeph Loeb e Jim Chory.
A série é exibida no Brasil pelo canal pago Fox, todas as terças as 22h30.
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