Stan Lee foi e continuará sendo para sempre o grande nome da Marvel. É um dos principais criadores da editora, no seu currículo constam a criação de heróis como Homem-Aranha, Hulk, Homem de Ferro, X-Men, Quarteto Fantástico e tantos outros.
Mas claro, Stan Lee não foi o único. Muitos outros criadores também foram muito importantes para a Marvel, como Steve Ditko, Joe Simon, Don Heck e claro, aquele que figura ao lado de Lee como um dos pilares da editora: Jack Kirby.
Mas esses nomes são de grandes lendas da editora, uma galera que criou ícones lá nas décadas de 60 e 70. Mas hoje, no século 21, quem seria o criador que mais se aproximaria a eles em termos de relevância? Eu tenho um palpite: Brian Michael Bendis.
E não falo isso levando em consideração a quantidade de gibis que o autor produziu na Marvel, tão pouco a sua qualidade, mas pela quantidade de personagens e enredos que se destacaram e ganharam os holofotes. O autor ficou na Marvel do início dos anos 2000 até 2018 e o seu legado é inestimável.
Nesse texto vamos provar que Brian Michael Bendis é o Stan Lee moderno.
Por décadas Nick Fury dirigiu a SHIELD, mas em 2005, em Novos Vingadores #4, o autor introduziu uma nova Agente para lidar com os super-heróis. Maria Hill surgiu como uma mulher arrogante e que peitava sem medo os super-heróis, e com o passar dos anos foi crescendo.
De muitas maneiras ela se tornou uma pupila de Fury e passou a alçar voos sozinha, se consolidando como uma importante jogadora do Universo Marvel. Liderou por anos a SHIELD após a “aposentadoria” de Nick. Não é a atoa que a personagem está participando ativamente do MCU desde o primeiro filme dos Vingadores, em 2012.
Por décadas o QG dos Vingadores foi a Mansão dos Vingadores, mas foi Brian Bendis quem mudou isso. Logo que chegou na HQ dos Heróis Mais Poderosos da Terra ele orquestrou a Queda dos Vingadores e a Mansão foi completamente destruída.
Logo na sequência surgiu o Homem de Ferro, com a Torre Stark (que no caso era a Torre dos Vingadores), para acolher os heróis. Esse foi outro enredo criado pelo autor que foi prontamente adaptado em 2012 no MCU.
Claro, o edifício possui claras diferenças visuais. Nos quadrinhos o prédio também servia de base para o Sentinela. Mas a questão aqui é a essência da ideia. Os Vingadores morando num prédio no centro de NY bancado pelo Tony Stark.
Quando Nick Fury saiu da SHIELD, ele formou os Guerreiros Secretos, uma equipe de agentes com super-poderes. O time operava apenas em missões secretas e especiais, era uma alternativa caso a Hidra, Skrulls ou qualquer outra coisa se infiltrasse na comunidade heroica.
A equipe foi adaptada na série de TV dos Agentes da SHIELD, com boa parte dos personagens das HQs ganhando versões em live action.
Nos quadrinhos o Nick Fury por um tempo simplesmente abandonou a SHIELD e desapareceu. Ele ficou anos longe e ninguém fazia ideia do que ele estava fazendo e o motivo. Com o tempo descobrimos que ele antecipou a invasão secreta dos Skrulls e estava investigando, junto dos Guerreiros Secretos, toda essa confusão alienígena.
Isso tudo é muito parecido com o que tem rolado no MCU. O personagem também ficou um tempo sumido e retornou recentemente junto da ESPADA, organização que protege a Terra de ameaças alienígenas.
Ainda nessa trama dos Guerreitos Secretos, Tremor era a líder da equipe. Ela foi escolhida a dedo para ser a pupila de Nick Fury. Isso a tornou uma das principais agentes de campo do Universo Marvel, ela também tem o poder de criar ondas sísmicas com as mãos.
Novamente a personagem e seu enredo foram adaptados para a série de TV dos Agentes da SHIELD. A novidade, no entanto, foi que a sua relação com Nick Fury nas HQs, foi adaptada na série para o Agente Coulson.
Uma das principais integrantes dos Guerreiros Secretos era a Yo-Yo Rodriguez, uma super-heroína velocista. Ela entrou para o time, se encaixou perfeitamente, mas em uma das missões acabou perdendo os braços, que foram substituídos por próteses mecânicas de última geração.
E mais uma vez a personagem e o enredo criados por Bendis foram adaptados no live action. Na série dos Agentes da SHIELD a Estilingue marcou presença com bastante destaque e também perdeu as suas mãos, ganhando as próteses.
Outro integrante dos Guerreiros Secretos nas HQs foi o Infernal, um descendente de um antigo Espírito da Vingança que descobriu a habilidade de incendiar correntes e usar como uma poderosa arma.
O personagem também foi adaptado na série dos Agentes da SHIELD. Apesar dele não participar dos Guerreiros Secretos no programa e atuar quase como um vilão da equipe, lá estava ele. A mudança foi que a origem dos seus poderes passou a ser inumana, para se encaixar na trama da série.
A Invasão Secreta foi uma das grandes sagas publicada pela Marvel nos últimos anos. Ela foi lançada em 2008 e mostrava que os skrulls estavam há anos infiltrados em posições de destaque do Universo Marvel e planejavam tomar conta do planeta.
A Marvel Studios anunciou no final de 2020 uma série para o Disney+ chamada Invasão Secreta, onde veremos Nick Fury e o skrull Talos lidando justamente com essa situação.
O Nick Fury do Universo 616, onde se passam as principais aventuras dos heróis da Marvel, é branco. Porém no início dos anos 2000 foi criado o Universo 1610 com o propósito de atualizar os heróis para o século 21.
E dentre as várias mudanças entre os universos estava a etnia de Nick Fury, que passou a ser um homem negro. E foi Brian Bendis quem escreveu essa alteração. Posteriormente, na revista dos Supremos de Mark Millar, foi estabelecido o visual de Samuel L. Jackson, mas foi o Bendis quem estabeleceu essa mudança de etnia no personagem.
Falando no Universo 1610, foi lá que Bendis criou o Miles Morales após a morte do Peter Parker daquele mundo. O herói fez tanto sucesso que logo depois foi levado ao Universo 616 e passou a ganhar destaque em outas mídias.
Miles foi criado por Brian Michael Bendis e pela desenhista Sara Pichelli e é hoje uma das principais criações modernas da editora.
Apesar de Aranhaverso ser uma saga nos quadrinhos escrita por Dan Slott, o filme feito pela Sony chamado “Homem-Aranha no Aranhaverso“, protagonizado por Miles Morales, se inspira numa outra HQ escrita por Bendis: Homens-Aranha.
Nessa HQ o Peter Parker do Universo 616 viaja para o Universo 1610 e conhece o Miles. Peter descobre que a sua versão deste mundo foi morta e ele então visita alguns entes queridos como a Tia May. Tudo muito parecido com o filme.
Hoje em dia todo mundo já relaciona o Homem-Aranha com os Vingadores, mas nem sempre foi assim. Lá por 2004, quando estava assumindo os roteiros da HQ dos Vingadores, Bendis estabeleceu que se a equipe queria ser realmente popular, precisava contar com os mais famosos heróis da editora.
Foi então que o Homem-Aranha (e o Wolverine) entraram para o time. No cinema isso já se tornou algo normal, Peter Parker interage com os Heróis Mais Poderosos da Terra desde 2016.
Os fãs vivem nesse momento a expectativa da Feiticeira Escarlate alterar a realidade e entrar em algum tipo de surto psicótico no MCU. Acredita-se que a série WandaVision seja parte disso, talvez o começo de tudo.
Mas as pessoas só estão com essa expectativa pois, lá em 2004, o Bendis escreveu A Queda dos Vingadores, com a Wanda surtando e destruindo a Mansão dos Vingadores, matando o Visão, Homem Formiga e o Gavião Arqueiro. E logo na sequência, também com roteiro de Bendis, ela alterou a realidade e criou a Dinastia M, um mundo dominado pelos mutantes e com o Magneto na liderança.
A Jessica Jones surgiu como quem não queria nada, poucos conheciam e conquistou a todos com a sua própria série. O vilão Killgrave também impressionou todo mundo com a sua crueldade, trazendo uma série de discussões sobre assédio e machismo.
E novamente aqui a série da Netflix bebe da fonte chamada Brian Michael Bendis. No início dos anos 2000 o roteirista criou a Jessica Jones, junto do desenhista Michael Gaydos, e essa trama dela confrontando e sendo abusada pelo Killgrave.
A Disney anunciou recentemente que a Riri Williams vai ganhar uma série só pra ela no Disney+. Sabemos pouco sobre a proposta do programa, mas deve ter relação com o Homem de Ferro.
A Coração de Ferro é mais uma criação de Brian Michael Bendis, dessa vez com o brasileiro Mike Deodato Jr.. Ela foi criada em Invencível Homem de Ferro #7, de 2016, em 2017 já assumiu o papel de protagonista e em 2019 até ganhou um título próprio.
Ela é uma menina negra, extremamente inteligente e que contou com a Inteligência Artificial de Tony Stark para se introduzir no universo dos heróis.
Foi na revista dos Vingadores escrita por Bendis que o Gavião Arqueiro passou a adotar a alcunha de Ronin nos quadrinhos. Ele tinha recém voltado da morte passou por um período cheio de raiva, onde extravasou batendo em criminosos.
Algo muito parecido com o que rolou no MCU, quando o Gavião também virou o Ronin, dessa vez após a sua família inteira desaparecer no estalo do Thanos.
Listamos aqui apenas 16 pontos, mas poderíamos citar muitos mais. Bendis também criou a família inteira do Miles Morales, bem como seu melhor amigo Gankee. Também escreveu o Homem-Aranha Ultimate por anos, que em essência é a versão cinematográfica de Tom Holland. Foi ele também que criou o relacionamento da Jessica Jones com o Luke Cage. E várias outras coisas que ainda serão adaptadas no MCU (como o Homem de Gelo ser gay, por exemplo).
Mas e então, caro leitor, você consegue ver mais influências de Brian Michael Bendis nos filmes e séries da Marvel? E você concorda que ele é o Stan Lee moderno? Ou acha que há outro criador que merece mais essa alcunha? Deixe a sua opinião nos comentários.
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