É quase um consenso dentro da fanbase dos X-Men que a franquia é abarrotada de vilões que de alguma forma se regeneraram e passaram a participar da equipe. Se por um lado isso significa que há uma progressão nos vilões, por outro isso denota uma crise criativa. Qual foi o último grande vilão da editora que ainda possui o status de antagonista?
Nem o maior vilão dos X-Men conseguiu fugir desse estigma: Magneto. Um dos personagens mais icônicos da editora passou a ganhar uma abordagem muito mais cinzenta, fugindo dos conceitos maniqueístas, nas mãos de Chris Claremont.
Se no princípio, quando criado por Stan Lee e Jack Kirby, Erik M. Lehnsherr era um vilão que buscava poder, controle e não tinha escrúpulos, foi com Claremont que ele ganhou uma humanidade. Magneto passou a ter ideais, valores, um código de conduta e ética. Ele recebeu objetivos muito claros: fortalecer e impor a raça mutante.
Obviamente o extremismo o colocou no estigma de vilão, porém, com o passar dos anos, cada vez mais ele se identificou mais com os mocinhos do que com os vilões. Na ausência de Charles Xavier, foi mentor dos Novos Mutantes, frequentou a equipe por mais de uma vez e hoje, inclusive, é o responsável pelos X-Men originais do passado.
Outro grande exemplo de evolução e mudança na postura é a eterna Emma Frost. A Rainha Branca do Clube do Inferno sempre foi tratada como uma mulher sem escrúpulos e arrogante, mas também uma professora. Esse foi o argumento para Grant Morrison remodelar a mutante e a colocar junto dos mocinhos. Mas claro, não vamos esquecer dos seus anos como Diretora da Geração X, junto do Banshee, outro herói que surgiu vilão.
Os trabalhos de Morrison em Novos X-Men e de Joss Whedon em Surpreendentes X-Men foram o suficiente para consolidar a loira no hall de principais X-Men da editora. A partir da sua vocação como professora, se tornou uma diretora que se preocupa verdadeiramente com os alunos.
Alguns personagens seguem sendo vilões, porém possuem uma dualidade tão grande e já atuaram tantas vezes ao lado dos mocinhos, que não podemos colocá-los simplesmente como personagens maus. São os casos de: Mística, Black Tom Cassidy, Callisto, Exodus, Sebastian Shaw, Fanático, Random, Espiral, Groxo, Vanisher, Xorn e Samurai de Prata.
Em algum momento, nem que seja só por uma fase, todos os personagens acima atuaram com os heróis. Invariavelmente voltaram para o mundo do crime, mas o pezinho na boa-ação já deixou encaminhada a regeneração que um dia algum escritor vai explorar.
Existe também os casos de personagens que surgiram como vilões dos X-Men e então se tornaram heróis, seja nos X-Men, Vingadores outra equipe: Feiticeira Escarlate, Mercúrio, Vampira, Flama, Avalanche, Aurora, Perigo, Frenesi, Daken, Krakoa, Deadpool, Namor, Wolverine e Madrox.
Feiticeira Escarlate e Mercúrio eram membros originais da Irmandade de Mutantes do Magneto. Vampira surgiu como uma vilã nos Vingadores. Perigo foi a grande vilã durante a fase Joss Whedon. Já Krakoa, Deadpool, Namor, Wolverine e Madrox fizeram suas estreias como caras malvados… e vejam só…
Existem ainda casos emblemáticos como o de Apocalipse, que de certa forma se tornou um dos mocinhos na forma de Genesis. Outros personagens que teriam tudo para brilhar como vilões, mas que acabaram virando de lado são Fantomex e Arcanjo.
Talvez outro exemplo que pouca gente perceba, mas que de fato também é um caso de vilão que esteve nas fileiras dos heróis é a Fênix. A entidade que constantemente possui Jean Grey e passou um bom tempo no grupo, se passando pela ruiva.
Enfim, daria para passar o dia inteiro listando os vilões que já foram X-Men em algum momento. Mas gostaria de retomar a pergunta que fiz lá no início do texto: qual foi o último grande vilão que mantém esse status na franquia mutante?
A resposta é Cassandra Nova Xavier, a irmã de Charles, criada por Grant Morrison, há cerca de 15 anos atrás. Sim, tem 15 anos que a franquia mutante não cria um vilão decente e que mantém esse posicionamento. Recentemente a personagem voltou a aparecer em X-Men Red, esperamos que Tom Taylor não termine a sua história regenerando-a.
Vale o registro aqui também para o Sr. Sinistro, outro vilão que também nunca mudou de lado e se manteve sempre com muita crueldade. Não é a toa que é uma das referências da franquia.
E isso não é por falta de criações. Mike Carey e Jason Aaron bem que tentaram desenvolver bons antagonistas para a franquia, mas falharam miseravelmente. Marc Guggenheim, atual roteirista de X-Men Gold, também tem se esforçado, mas não tem nem chegado perto da missão de construir um vilão de qualidade.
A situação está tão complicada, que em seu histórico recente, a editora tem optado por reciclar vilões antigos ou vilanizar heróis. Foi dessa maneira que Emma Frost retornou ao status de vilã, regredindo a sua evolução, e que Destrutor se tornou um cara do mau. Enquanto isso, até o Dentes de Sabre está atuando com os heróis …
Vale destacar que toda essa suruba de caracterizações é reflexo dos leitores de X-Men, que por vezes apegam-se em demasia nos personagens e criam barreiras criativas para os escritores. O roteirista precisa usar determinado personagem, para agradar uma parcela de leitores, o vilão fica tão popular que não sobra outra decisão se não promovê-lo aos X-Men.
E você caro leitor, também identifica essa crise criativa nos vilões dos X-Men? A franquia está precisando ser chacoalhada, ganhando um novo norte? Deixe suas impressões nos comentários.
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