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5 lições que aprendemos com os X-Men

Já é quase consenso popular que os X-Men é a franquia dos quadrinhos que mais consegue representar as causas sociais. Foram criados na década de 60, em pleno movimento pelos direitos dos negros. Inclusive, o Professor Xavier e Magneto são claras inspirações em Martin Luther King e Malcolm X, respectivamente.

Mas a alegoria não fica apenas na esfera da referência, o conceito do grupo e da espécie mutante está fortemente atrelada nas discussões sociais. Hoje em dia, por exemplo, a analogia mais aplicada aos mutantes é com a comunidade LGBT.

Pretendemos fazer algo diferente com esse texto. Por mais que o título diga “5 lições que aprendemos com os X-Men“, nós não vamos dizer quais foram esses ensinamentos. Faremos algo muito melhor do que isso, vamos mostrar momentos em que esses aprendizados foram expostos e deixar que vocês tirem as suas conclusões de forma independente.

Afinal, se a gente entregar tudo mastigado, não tem lição nenhuma, né? Leiam e interpretem. E depois nos digam, quais foram as lições e vocês tiraram?

5 lições que aprendemos com X-Men

1. Deus Ama, o Homem Mata (1982)

Roteiro de Chris Claremont e arte de Brent Anderson.

Contexto: Um religioso fanático, William Stryker, começou uma enorme campanha anti-mutante. Com um discurso de ódio, falando que os mutantes são enviados do demônio e que não merecem viver, ele semeia sentimentos negativos na comunidade. O ápice são as cenas abaixo, quando ele faz tudo isso em frente às câmeras de TV, ao vivo.

Como extra, deixamos essa imagem, também emblemáticas e dessa mesma edição. Kitty Pryde se desentende com um garoto intolerante que compartilha dos ideais de Stryker, ele quer agredi-la apenas por ser uma mutante.

2. Novos Mutantes vol. 1 #45 (1986)

Roteiro de Chris Claremont e arte de Jackson Guice.

Contexto: A edição é basicamente para contar a história de Larry Bodine, um jovem mutante que tinha vergonha de sua condição e medo disso se tornar público. Ele, inclusive, fazia piada sobre mutantes para tentar se enturmar.

Seus colegas de classe descobriram que ele ficava apavorado se o chamassem de mutante (na verdade era medo de que seu segredo fosse revelado) e começaram a praticar bullying. Certa vez enviaram uma carta e ligação anônimas, dizendo que eram do X-Factor, que sabiam que ele era mutante e iriam lhe capturar. O garoto, no auge do seu desespero, com medo de que se tornasse público que ele era um mutante, acabou cometendo suicídio.

3. Fabulosos X-Men vol. #299 (1993)

Roteiro de Scott Lobdell e arte de Brandon Peterson.

Contexto: Após ataques de grupos mutantes como Frente de Libertação Mutante, Irmandade dos Mutantes e Acólitos, Charles Xavier se reúne para um debate televisivo com o Senador Kelly e Graydon Creed.

Durante a conversa, Creed, que é o líder de uma organização anti-mutante, questiona o motivo de Charles abraçar e fazer apologia aos mutantes. Nas palavras dele: “Será que você não vai ficar satisfeito enquanto não se tornar um mártir de uma causa que nem é sua?“. A resposta dele vocês podem ver abaixo.

[Nota do Editor: Nesse período, o fato de Charles ser um mutante ainda não era uma informação pública, bem como as reais intenções do Instituto Xavier].

4. Novíssimos X-Men vol. 1 #13 (2013)

Roteiro de Brian Michael Bendis e arte de Stuart Immonen.

Contexto: Nas páginas de Fabulosos Vingadores, escrita por Rick Remender na época, o personagem Destrutor prestou uma coletiva de imprensa e disse que não queria mais ser chamado de mutante, apenas de humano. Que a “palavra com m” representa tudo o que ele mais odeia no mundo (no caso ele se referia ao preconceito, mas né …).

Então, Bendis, nas páginas dos Novíssimos X-Men, colocou a equipe para assistir essa coletiva e Kitty Pryde fez um pequeno discurso sobre o que ela achou da fala de Destrutor.

5. X-Men Red #1 (2018)

Roteiro de Tom Taylor e arte de Mahmud Asrar.

Contexto: Jean Grey retornou à vida após cerca de 15 anos morta. Ela encontra um mundo cada vez mais intolerante e que nesse período não melhorou nada a sua relação com os mutantes. Ela então adota uma estratégia para reverter isso. Nós, leitores, ainda não sabemos quais são os seus planos, mas o primeiro passo foi discursar na ONU.

X-Men é a franquia mais política dos quadrinhos. Apesar de vez ou outra enfrentarem alienígenas, a extinção ou viajarem para o passado, futuro e realidades alternativas, a essência do grupo reside em abordar pautas sociais.

Então, quando uma HQ dos personagens é publicada e alguém fala “Ah, vão querer enfiar política até nos quadrinhos?“, essa pessoa está atestando que dedicou longos períodos da sua vida lendo um material e nem ao menos faz ideia sobre o que ele se trata.

Redação Jamesons

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